O MACIÇO CENTRAL...
“No meio é que está a virtude” – dizem aqueles que gostam de aforismos. E alguns tentam até dar ao ditado, um sentido um pouco mais abrangente, quiçá neste tempo de pré-campanha eleitoral, uma ligeira, mesmo muito ligeira coloração – algo entre a cor das laranjas já meio passadas e o rosa velho e desbotado (que não há vermelho que resista à erosão do tempo e às barrelas dos homens do marketing do Largo do Rato). E como é tanta a vontade em fazer do aforismo regra e da regra tema de debate, rebaptizam o “meio” de “centro”, atribuem-lhe mesmo a dimensão de um “Bloco” – um Bloco Central. E depois, acendem velinhas rezam novenas, fazem "Antenas Abertas" nas TV´s, enquanto repescam do fundo empoeirado da gaveta dos tempos o velho catecismo já meio esquecido, na tentativa de reescrever – talvez (apenas) com um tipo de letra diferente - bases programáticas que já inspiraram outros desastres.