MUROS - A QUEDA DO "BERLINER MAUER"...
Foi numa madrugada que eu imagino semelhante à de hoje, há vinte anos atrás, que ele (o Berliner Mauer) começou a ruir...
Os seus “alicerces” assentes sobre as centenas de quilómetros de arame farpado estendido à pressa – como quem rouba (e roubava mesmo... a Liberdade) naquela madrugada de 13 de Agosto de 1961, ficaram de repente, frágeis demais, sobretudo, após o fecho da “torneira” dos fluxos – financeiros e humanos - vindos da “Pátria Mãe” onde desde 1985, Mikhail Serguéievich Gorbachev começara a imprimir à politica da URSS um novo rumo e uma nova forma de estar a que as “marionetas” do poder instalado nos vários países satélites ainda não se tinham habituado...
Ainda meio azamboados pelas ondas de choque da Glasnost e Perestroika, os Dirigentes/marionetas da RDA foram apanhados a meio caminho entre as calças e as ceroulas, isto é, quase tiveram de assistir ao destapar da “panela de pressão” literalmente de calças na mão!
Mas inevitavelmente, fatalmente como o destino, o Muro ruiu!
E no estrondo da sua queda, o fragor do betão a “desintegrar-se” misturou-se com os gritos (de alegria) do Povo de Berlim...
E dessa mistura sonora, saíam – ou a mim pareciam-me sair – as vozes fortes de um coro de prisioneiros entoando uma canção, também ela falando de “Muros” que limitaram Liberdades - num outro contexto...
Hino dos Presos de Caxias (fragmento "roubado" aqui)
"Oiço ruirem-se os muros
Quebrarem-se as grades de ferro da nossa prisão
Treme carrasco que a morte te espera
Na Aurora de fogo da Libertação"
(...)