Quem se der ao trabalho de perder algum tempo - e aqui, "perder" deve ser entendido no sentido literal - a navegar pelo site da Junta de Freguesia, para além de alguma "informação" desactualizada encontará também algumas "promoções" não devidamente assinaladas com uma indispensável "declaração de interesses" dos nossos responsáveis autárquicos - do anterior e actual mandato.
A promiscuidade entre os interesses quase sempre conflituantes - o Público e o privado - ganha na nossa Terra uma dimensão inusitada quando assistimos à promoção - descarada diria eu - no site da Autarquia, do projecto privado Hospital da Trofa. Desde logo, pela polémica em que desde o início o mesmo andou envolvido - violação das regras do PDM, especulação imobiliária, tráfico de influências - mas sobretudo, porque sendo algumas figuras gradas do grupo dos Unidos por Alfena também accionistas do Grupo Trofa Saúde, não fica bem esta promiscuidade.
"Alfena já respira saúde"...
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Mas onde eu queria verdadeiramente chegar, era ao "slogan" que aparece várias vezes repetido nas notícias da Junta "Alfena já respira Saúde" e que importa aqui reduzir à sua verdadeira e deprimente dimensão, através do texto e fotografias que um amigo atento me fez chegar.
E garanto que é apenas uma pequena amostra do muito que pode ser encontrado por aí na nossa Alfena - a tal que "já respira Saude"...
ALFENA – “A capital do lixo”
A exposição que abaixo se segue, poderia levar o leitor mais desatento a pensar que estaria a contemplar imagens de uma lixeira algures em Luanda, ou de um outro qualquer lugar de uma outra qualquer cidade de um qualquer País subdesenvolvido, igualmente transformada em lixeira a céu aberto.
Mas não! A verdade é que se trata de um exemplo existente numa freguesia que dista poucos quilómetros da “capital do móvel”, e que ameaça adquirir o estatuto de “capital do lixo”. Trata-se da vila de Alfena... nos nossos dias!
Não obstante a LIPOR ter sido erradicada do concelho de Valongo há alguns anos atrás, a actual Junta de Freguesia de Alfena parece muito empenhada em transformar as ruas desta simpática vila, em aterros, pouco sanitários, diga-se. A juntar a outros casos idênticos que começam a proliferar, as lixeiras a céu aberto já são a companhia diária de muitos idosos e jovens desta freguesia. Fiéis e sempre presentes como se de um vulgar animal de estimação se tratassem, mas ao contrário destes, nem amigas nem dóceis, pois não conseguem oferecer mais do que maus cheiros, pestilências e doenças.
O problema das lixeiras em Alfena, ou da (in)salubridade das suas ruas e respectiva (falta de) limpeza não é um assunto muito simpático para uma determinada espécie de autarcas que se preocupam mais com o bem estar económico de alguns gabinetes de projectos. Também não é um assunto a ter em conta por autarcas ausentes da freguesia e presidentes em “part-time”, mais dedicados aos jogos de poder e influência política do que empenhados no bem-estar dos cidadãos.
Não é pois de estranhar que a Junta de Alfena, outrora muito vigorosa e extremamente zelosa na defesa dos seus fregueses, esteja agora, num estado de perfeita letargia, imóvel, despreocupada e desinteressada. Mas esta anemia já não é nova, arrasta-se há vários meses, desde o final do mandato passado e ameaça transformar-se numa autêntica anorexia.
Na actual Junta mudaram-se algumas pedras ornamentais de sítio, mas o estado de saúde da vila continua a degradar-se. É motivo para nos questionarmos: “será que existe algum sector de ambiente nesta Junta de Freguesia?”
Nas fotografias abaixo recolhidas, os leitores podem contemplar todo o tipo de lixo que costuma andar de braço dado com viroses, infecções e doenças.
Que melhor companhia para as crianças que brincam nos passeios, ou idosos que passeiam pelas ruas da vila em caminhadas que se pretendiam saudáveis?
Buracos gigantescos a céu aberto que potenciam acidentes, terrenos com mato gigantesco encostados a habitações, onde proliferam ratos, lixo espalhado por todo o lado...
Este é o cartão de visita da nossa Vila, outrora preocupação de muitos, hoje abandonada e esquecida…
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