A PÚBLICA IGNOMÍNIA...
Cavaco explica distinção a Santana
(...)Porque essas honras vãs, esse ouro puro,
Verdadeiro valor não dão à gente:
Milhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.
Camões - Canto IX (93)
Claro que Cavaco não lê Camões. Tampouco lê, pelos vistos, o Anuário da Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas, porque se o fizesse, iria descobrir que em 29 de Agosto de 1996 Durão Barroso foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo era então Deputado na Assembleia da República.
Mas porque, além da presunção, também coerência e água benta cada qual toma a que quer, Cavaco no seu discurso na sessão em que atribuiu o "ouro" a Santana Lopes, tentou executar (uma vez mais) o número do Presidente isento, equidistante justo - não nos esqueçamos que ele já disse de Santana o que Maomé não disse do toucinho... Porém, foi pobre e defeituoso o seu argumentário e mais uma vez também, meteu os pés pelas mãos tentando justificar o injustificável. Bem que podia ter-nos poupado a mais um discurso deprimente: Podia pura e simplesmente ter dito "que lhe apeteceu"! Os portugueses compreenderiam! Sim, que nós sabemos bem o que é que significam estes actos de pública ignomínia e os interesses ocultos que os motivam - com honrosas excepções, obviamente, as quais apenas confirmam a regra!