O "POLVO" DO PAÍS...

“Não acredito que se chegue a uma situação de bancarrota, isso é qualquer coisa que nem nos deve passar pela cabeça. Era preciso que cometêssemos muitos, muitos erros. Não podemos comparar Portugal, nem com a Grécia nem com a Islândia, nem tão-pouco com a Irlanda. A nossa situação é mais favorável do que estes países”, afirmou hoje Cavaco Silva. “O tempo que corre é um tempo que exige sacrifícios dos portugueses mas penso que se tivermos o rumo certo nós havemos de vencer”, acrescentou o Chefe de Estado."
O Professor fala (obviamente) como economista e se formos por aí, a sua apreciação até pode fazer algum sentido...
Pode fazer - e que bom seria para todos nós que fizesse mesmo - mas nem isso é um dado adquirido.
Porém, existe uma situação de bancarrota em que já vivemos há vários anos e que tem passado sistematicamente na malha dos vários filtros usados pelo Presidente: Durante o primeiro mandato do pior 1º. ministro de sempre, por imperativos do "acordo pré-nupcial" (ou coabitação) firmado com o consorte do Governo e agora mais recentemente, para não ser acusado de lançar achas na fogueira da crise global em que o País está mergulhado...
Quem ontem ouviu falar de CORRUPÇÃO na Grande Reportagem da SIC após o Jornal da noite, fica com a sensação de que o Presidente permanece - apesar da aproximação do acto eleitoral para a Presidência da República - demasiado contido em relação ao verdadeiro estado de saúde do País.
Claro que percebemos que, por compreensível deformação profissional, o Professor acompanhe e "vigie" fundamentalmente aquilo que tem a ver com os números, escapando-lhe tudo o resto que apesar de tudo, tem enorme influência na forma como os mesmos podem (ou não) evoluir.
Ou então, talvez o Professor veja tudo o que nós vemos e não queira apenas preocupar-nos em demasia, nem causar mais dor do que a absolutamente necessária, mas há sempre um momento em que, tal como acontece com o nosso médico, temos o direito "à verdade" - por muito dolorosa que ela possa ser!