OS DÉFICITS DE VALONGO - INCLUINDO O DÉFICIT DEMOCRÁTICO...
Porque as grandes crises devem ser sempre analisadas pelos grandes especialistas na matéria - e eu não sou seguramente um deles - queria falar hoje de uma outra crise, bem mais pequena à escala do País e muito mais ainda, no contesto da grande crise da Europa: A CRISE financeira da nossa Câmara de que ouvimos hoje falar na reunião pública mensal e relativamente à qual, os nossos autarcas fingem que não deram por nada, continuando a "assobiar para o ar".
A Câmara líder nos ajustes directos tem uma dívida global superior a 120% da sua receita anual e uma dívida a fornecedores, também superior a 50% dessa mesma receita e se nem estes números conseguem preocupar o Dr. Fernando Melo - a ele já muito poucas coisas o arrancam da doce modorra a que se remete mesmo nas ocasiões menos adequadas - pelo menos deveriam conseguir fazer acender luzinhas de alerta nos seus dilectos vereadores da actual maioria.
De acordo com a Lei, se a actual maioria que governa Valongo fosse constituída por pessoas verdadeiramente preocupadas, responsáveis e cumpridoras da legalidade Democrática, neste momento devíamos estar já a assistir à elaboração com carácter de urgência de um plano de reequilíbrio financeiro, mas parece que não é esse o centro do trabalho dos ocupantes da "casa maior". Em alturas como esta, por mais estranho que isso possa parecer, eles ainda encontram Orçamento para admitir mais alguns "boys" - hoje ouvimos falar num concurso que está a decorrer para um "especialista" em relações internacionais! Nem mais...
Eu disse que já nem os números negros da situação financeira da Câmara arrancam o nosso Presidente à sua doce modorra. Mas há uma forma de o acordar e fazer saltar da cadeira - como naqueles velhos e áureos tempos do desestabilizador Vereador Madeira - e isso acontece, quando um qualquer munícipe intervem no ponto destinado ao público e resolve ser mais incómodo que a "medida" - a "medida" do Dr. Fernando Melo, obviamente.
Foi só uma munícipe de Ermesinde ter insistido "demasiado" no assunto incómodo que ali a levou para assistimos ao milagroso rejuvenescimento do nosso Presidente dos seus mandatos "absolutamente maioritários" a levantar-se e a dizer "eu não lhe dou a palavra. A reunião acabou" . E acabou mesmo!
Verdadeiramente lamentável o total desrespeito por todos os munícipes presentes nos lugares do Público - e não apenas pela dita munícipe a quem foi cortada de forma abrupta a palavra.
É claro que no dia em que o Dr. Melo deixar de contar com alguma cumplicidade tácita de uma parte da "oposição", este tipo de comportamentos deixarão de ser possíveis!