A IGREJA DOS POBRES...
Câmara de Lisboa gastou mais de 200 mil euros com visita do Papa
Aquando da visita do Papa a Portugal, o cardeal patriarca de Lisboa citara um texto bíblico para atestar que não pediria dinheiros da autarquia para o altar: «A César o que é de César, a Deus o que é de Deus».
Contudo, o Público de hoje revela dados que constam do portal de contratos de entidades do Estado, onde constam 68 mil euros pagos a uma empresa especializada em multimédia e audiovisuais, mais 82.460 euros para os responsáveis pelo altar, 35 mil euros para o aluguer de uma tenda para a missa, 23.700 euros com a própria missa e o mesmo valor para «serviços de meios técnicos audiovisuais».
A estes valores juntam-se os despendidos com o fornecimento de refeições e com a montagem e desmontagem de estruturas, bem como o trabalho extraordinário de funcionários camarários, avaliado em 59 mil euros.
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A notícia diz (quase) tudo sobre o autêntico estado de insanidade que afecta de uma forma transversal a nossa sociedade: políticos do "arco do poder", poder local, onde as honrosas excepções são quase nenhumas, IPSS, Misericórdias, Igreja...
Para os que (ainda) acreditam no papel desta última Instituição que referi, em prole do bem comum, sobretudo dos mais desfavorecidos, ficam estas autênticas monstruosidades, esta ostentação ofensiva e quase "pornográfica" este esbanjamento de meios, este insulto aos mais pobres, onde nem sequer adianta dizer-se que "a Igreja aceitou as condições que a Câmara lhe ofereceu e não gastou dinheiros próprios" - quem aceita honras iníquas, pactua e apadrinha pela omissão, todos os abusos que agora começam a vir ao de cima!
Para a Igreja católica, parece que os costumes frugais e quase espartanos de Cristo seu fundador, são um referencial cada vez mais distante na sua prática diária...