O DIA EM QUE TUDO COMEÇOU...
Quando falamos de nós, somos por vezes tentados a centrarmo-nos demasiado nos acontecimentos ou episódios mais marcantes - talvez porque sejam estes que permanecem mais à flor da nossa memória...
No meu caso, aconteceu exactamente isso - comecei a descrição por aquela que eu costumo chamar a minha fase vermelha - embora como sucede com todas as pessoas normais, também tenha existido na minha vida infância, adolescência, a maçada da Escola Primária e depois da Secundária e por aí fora...
Por exemplo e para não fugir à regra, comecei por nascer - num dia que o calendário apresenta hoje sublinhado e a negrito...
Atravessei os anos do coração palpitante, parando nos mesmos apeadeiros, por mais ou menos tempo conforme as circunstâncias de cada momento, mas nunca o suficiente para desenvolver raízes - embora num deles tenha chegado ao cúmulo de me expressar através da linguagem dos Poetas - coisa que hoje é por todos pacificamente aceite como perfeitamente ridicula !...
Como também muitas vezes sucede, também neste caso, a fonte da minha criatividade poética, não me dedicava a atenção que eu julgava merecer, fazendo-me sofrer atrozmente a dor da rejeição...
Segui em frente portanto. Fim do Secundário, início da vida profissional em circunstâncias um pouco especiais para a época, uma vez que me obrigaram a cortar o cordão umbilical que até então me tinha mantido preso a célula familiar, para me fixar por intervalos de 6 dias por semana à distância de quilómetros de solidão e saudade.
Sobre esta fase que eu referencio interiormente como a fase da 1ª vez ou do batismo de fôgo, falarei mais tarde - até porque tenho de procurar uma formulação minimamente convincente para o facto ter atravessado incólome 17 longos anos!...