FUMAR MATA! FUMA AO PÉ DOS TEUS INIMIGOS...
Pois é... parece que os nossos políticos chegaram à conclusão que já morreu gente que chegue em Portugal, sem necessidade e que é preciso parar com o genocídio - não, não estou a falar dos acidentes de automóvel nem dos acidentes de trabalho...
Refiro-me ao acontecimento verdadeiramente histórico, consubstanciado no acto de - após algumas horas de discursos cruzados dos nossos políticos do costume no lugar do costume - parir quase sem dor a tão esperada Lei anti-tabaco !
Bem sei que por ter nascido com defeitos graves (há quem diga que não tem pernas para andar e que tem os sinais vitais extremamente débeis...) a mesma permanece na incubadora, para tentar corrigir os ditos defeitos - vamos ver se consegue sobreviver!
Seria suposto, que não sendo eu fumador, devesse estar a exultar de alegria com o evento:
Finalmente, vamos entrar num café e sentir o cheiro do dito - que deixará de ser mascarado pela imensa nuvem cinzenta que que nos tolda a visão (e a respiração!)
Nos restaurantes, vamos sentir aquela mistura agradável de aromas com origem na cozinha e não nas pontas incandescentes dos nossos vizinhos - uma imagem que nos lembra vagamente um rastilho a consumir-se até à explosão final...
No trabalho, vamos deliciar-nos com o perfume incrível do(a) nosso(a) colega em vez de sufocarmos com a nuvem cinzenta que sai da sua boca!
Mas por estranho que pareça, sinto-me invadido por um estranho e indefinido receio:
Que irá acontecer com as tabaqueiras, que verão inevitavelmente prejudicada a sua inegável colaboração no controlo demográfico - se já há pessoas a mais e comida a menos, com menos fumadores a coisa vai piorar seguramente...
Claro que no que se refere aos lucros, o problema pode resolver-se com a simples reconversão do processo produtivo, passando as mesmas a produzir, em vez daqueles rolinhos mortíferos de tabaco, os conhecidos cigarrinhos de chocolate, acondicionados em embalagens idênticas às dos primeiros! Só teriam que mandar retirar das mesmas, aquele aterrador aviso de que o conteúdo pode provocar a morte...
Mas... e quanto ao imposto que os mortíferos pagam pela medida grande e os doces e inócuos pagarão de forma mais modesta?!
Cheira-me que vou ter que desembolsar mais algum no IVA ou no IRS, para poder ter o prazer assistir ao sofrimento daqueles a quem vai ser retirado o direito a morrer de forma lenta mas inexorável conforme era seu desejo...