(AINDA) HÁ VAGAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL...
DGS recusa assumir ilegalidade da clínica do Algarve
Económico Digital
Miguel Costa Nunes
10/08/10 09:00
O director-geral da Saúde Francisco George diz que "é preciso concluir a investigação em primeiro lugar". "Não sei se esta clínica [de Lagoa, em que quatro pessoas ficaram em risco de cegueira na sequência de operações aos olhos] está fora da lei". (...)
Parecem enguias!
Porque se trata de assumir as respectivas responsabilidades em relação à "selva" em que está transformada uma parte significativa da Saúde privada deste País - clínicas, hospitais, laboratórios, consultórios médicos, empresas privadas de transporte de doentes, etc. - assobiam para o ar, contorcem-se, esquivam-se o melhor que podem e sabem...
Para usar uma expressão bem portuguesa, "fugir com o rabo à seringa" é entre muitas, a maior das suas habilidades e aquela que mais tem contribuído para os manter e consolidar junto à teta maior do Orçamento: ERSE, alguns autarcas do Algarve, Inspecção Geral das Actividades em Saúde, governo, entre tantos outros responsáveis, não andavam por cá, não sabiam de nada, nunca viram a publicidade na Internet, nunca lhes passou pela frente (como no caso da ADSE) nenhuma factura para pagar, nem (como no caso dos autarcas) lhes ocorreu em algum momento, que podiam estar a enviar os seus munícipes para um qualquer vão de escada de onde pudessem entrar a ver e sair às escuras...
Este senhor então, já bem conhecido pelos seus dotes de exímio contorcionista a propósito da gripe A, dá aqui mais um ar de sua graça: "não sei se...", "estamos a investigar...", "está a ser investigada para se avaliar a natureza do problema que ainda não é clara..." - blábláblá.
A natureza do problema ainda não é clara Dr. Francisco George?
Então há uma Clínica não licenciada onde um oftalmologista (que até pode ser uma sumidade na matéria) opera doentes sem ter em conta as mais elementares boas práticas - um segundo cirurgião para o assistir, equipe de anestesia, de enfermagem, etc.. - sucedendo até ao que parece, ter sido "assistido" por um psicólogo clínico(!) e a natureza do problema ainda não é clara?
Até para o mais comum dos mortais eu acho que é suficientemente clara! E a solução - no que à sua pessoa diz respeito - também, Dr. Francisco George:
(Ainda) existem vagas para assentar tijolo nos lugares deixados por aqueles (médicos) emigrantes de Leste a quem a nossa Ordem dos Médicos soube e bem recuperar para a sua profissão de base e que por este País fora, vão dando o seu contributo para atenuar um pouco as carências que todos conhecemos!