ALFENA E A "RAÍNHA DE INGLATERRA"...
Tem lugar hoje pelas 21,30 horas, no Centro Cultural da nossa Cidade, mais uma sessão ordinária da Assembleia de Freguesia.
Habitualmente, o número de alfenenses presentes não tem sido elevado - salvo uma ou outra situação mais "quente" em que a maioria absoluta tem sentido uma especial necessidade do "aconchego" dos seus apoiantes mais fiéis e nesse caso, envia uns SMS a apelar à sua presença mais maciça.
A verdade, é que esta falta de hábitos de participação na vida democrática da nossa autarquia, em que são quase sempre os mesmos a aparecer serve principalmente os interesses de quem governa e não tem (ou tem muito pouca) Obra para apresentar.
Mas compreende-se a desmotivação geral, sobretudo porque - pelo menos até ao momento - nem sequer temos podido contar com um Presidente e uma Mesa da Assembleia suficientemente independentes e capazes de exercerem os cargos, sem subserviência, pautando-se apenas pelo estrito cumprimento da Lei e do respectivo Regimento na boa condução dos trabalhos.
No nosso País, existem dirigentes e figuras políticas que tendem sistematicamente, a sobrevalorizarem a importância das suas atribuições, ou como diz o povo, a "irem além da chinela".
Neste caso e infelizmente para os alfenenses, a "primeira figura" em termos de hierarquia do poder - o Presidente da Assembleia - enveredou desde início pela opção inversa e por arrastamento, transformou os colegas da Mesa em meras figuras decorativas que o acompanham - têm acompanhado - atribuindo assim aos membros do executivo um papel e um nível de participação perfeitamente incompatíveis com a Lei e com o Regimento.
A título de exemplo, bastará lembrar aquele episódio caricato de uma míni reunião em cima do palco, entre a Mesa e os membros do Executivo para decidir se os pedidos de informação da Coragem de Mudar deveriam ou não ser votados, enquanto a Assembleia assistia impávida e serena - a parte maioritária dos UpA - aceitando por omissão o seu perfeito apagamento!
Como todos sabemos, a sede de protagonismo do presidente do executivo é imensa e nunca abdica de intervir sobre tudo e qualquer coisa, mesmo que nada lhe tenha sido perguntado ou nem sequer venha a propósito da Ordem do Dia.
O Presidente da Assembleia, em vez se esforçar por conter em níveis aceitáveis essa espécie de deformação profissional, solicita-a, ou por simples omissão, alimenta-a de forma perfeitamente inaceitável.
No Órgão deliberativo da Freguesia, quem "detém o poder", é a Assembleia - Deputados e Mesa e o Executivo está ali apenas - por direito próprio, obviamente - para dar informações sempre que solicitadas pelos Deputados, mas sempre a pedido do Presidente da Assembleia!
Talvez que com uma participação mais maciça dos alfenenses, a "primeira figura" do nosso poder autárquico se sinta mais respaldada para assumir de uma vez por todas o papel que lhe cabe por direito, ou então - como pessoa séria e idónea que sabemos que é - abdique definitivamente de ser esta espécie de "Rainha de Inglaterra" em formato reduzido, que interesses escondidos mas poderosos lhe têm permitido ser.