UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO.
UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.
UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO.
UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.
Por lapso - e porque estava 'com os óculos mal colocados' - anunciei aqui erradamente, uma reunião de Junta para o dia 9 de Maio - já estamos em Junho!
A verdade, é que no edital, pareceu-me ler 09/06...
Não está por isso marcada qualquer reunião de Junta fe freguesia de Alfena!
Fora do dia habitual por ser feriado, tem lugar a primeira reunião pública de Câmara do mês - e também a primeira do seu novo Presidente.
É no dia 8 de Junho às 10:00 horas e tem a Ordem de Trabalhos que coloco abaixo.
Como se pode constatar, a margem de manobra do novo Presidente para apresentar trabalho que se veja e possa contribuir para ajudar a aplanar a dura 'travessia do deserto' que agora inicia é curta e não permite fazer 'omeletas' maiores.
Tudo isto, numa altura em que o vice-rei de Gaya parece que anda por aí a ajudar um 'independente' caído em desgraça - será verdade? E sendo-o, como fontes fidedignas o indicam, porque o fará?
E porque as 'desgraças' são como as cerejas, o rival do 'Partido da Rosa' que ele provavelmente menos desejaria defrontar, acaba de ser reeleito para a concelhia, com uma posição bem reforçada.
Se há coisas com as quais eu não convivo nada bem na área da Justiça, uma delas é o facto da maioria daqueles que fazem as leis 'trabalharem' em causa própria e quase sempre à medida dos ilegítimos interesses dos seus amigos e clientes - e muitas vezes dos grandes escritórios de advogados - que os 'plantam' no Parlamento já com missões bem definidas e detalhados 'cadernos de encargos' para serem executados ao mais ínfimo pormenor.
Já não bastava aos cidadãos comuns para quem a Justiça é a última esperança de uma solução justa para os seus problemas terem de conviver com juízes ineptos, relapsos, injustos que a transformam no contrário daquilo que eles esperam dela e terem ainda de assistir ao uso e abuso de esquemas dilatórios, como no caso de Isaltino Morais, de Domingos Névoa, provavelmente também do caso de pedofilia da Casa Pia, da 'operação furacão', da 'operação monte branco' o caso do arquitecto Vitor Sá na Câmara de Valongo e outros, que de recurso em recurso, de expediente em em expediente, lá vão avançando paulatinamente até à prescrição final.
O último foi exactamente o de Domingos Névoa (administrador da Bragaparques) que agora vê cair - por prescrição - a condenação decidida pelo Supremo Tribunal de Justiça em 20 de Janeiro último.
Nada como ter um competente advogado como Artur Marques - o mesmo que defendeu Fátima Felgueiras e conseguiu a sua absolvição em todos os processos de corrupção em que era acusada 'e cujo odor chegava aos Montes Urais' - e ter obviamente dinheiro bastante, para que este consiga sacar de forma hábil, fazendo uso até à exaustão, de todos os estratagemas previstos pelos legisladores, a 'santa prescrição'. Domingos Névoa sabia-o e por isso, ao contrário dos criminosos comuns, nunca esteve 'em sofrimento'!
É isto que 'mata' verdadeiramente a Justiça e contribui para que cada vez mais injustiçados equacionem - obviamente mal - o recurso à 'justiça popular'.
Dizem que a ministra da Justiça e o governo estão a trabalhar arduamente para pôr cobro a esta vergonha, a este cancro que corrói por dentro, séculos de civilização e nos faz correr o risco de regressarmos de novo às arenas com a turba exaltada a exigir sangue e os condenados pendentes da forma como o 'juíz' lá em cima na tribuna colocar o polegar direito - ou esquerdo, se for canhoto!
Mas é bom que o façam depressa e salvem a Justiça do regresso aos processos da Roma antiga, retirando definitivamente das mãos dos 'criminosos' - com toga, sem toga, ou de fato azul na 'casa dos 230' - o 'poder soberano' de atentarem diariamente contra um órgão de soberania que deveria estar acima de todo este jogo sujo de interesses clientelares.
Já temos trelas em número suficiente para uma boa (?) sessão de sadomasoquismo e algumas figurinhas que já vibram com os prazeres que umas boas chibatadas lhes provocam - gostos (duvidosos) não se discutem, sobretudo nestas áreas que fazem fronteira entre aquilo que é do foro íntimo e a pública depravação de cada um dos envolvidos - aqui politicamente entendida.
Já temos uma 'dominadora' - presidente, para utilizar uma terminologia menos controversa : Angela Merkel.
"(...) nascida Angela Dorothea Kasner, filha de Horst Kasner um pastor luterano e de Herlind Jentzsch uma judia Polonesa, acompanhou o pai na sua ida para a Alemanha Oriental, quando a este lhe foi atribuída a paróquia da pequena cidade de Templin, onde Angela cresceu. Estudou Química na Universidade de Leipzig e doutorou-se na mesma área. Trabalhou como Física em um instituto científico na parte oriental de Berlim. Angela Merkel viveu na Alemanha Oriental até à queda do Muro de Berlim em 1989. Na CDU foi apadrinhada por Helmut Kohl, em cujos governos participou, primeiro como ministra da Mulher e da Juventude (logo após a reunificação alemã em 1990), e depois como Ministra do Meio Ambiente. De início desvalorizada enquanto figura política, conquistou progressivamente destaque na CDU. Na sequência do escândalo de corrupção que atingiu a CDU e Helmut Kohl no final dos anos 90, surge como única figura capaz de assumir a liderança do partido. Porém, nas eleições legislativas de 2002 foi obrigada a ceder a candidatura a chanceler a Edmund Stoiber, líder do partido CSU (União Social Cristã, um forte partido da Baviera) - Wikipédia
Então e pelas minhas contas, acho que não fica a faltar mesmo mais nada para queo sonho que a senhora - que 'é loira mas não é... isso!' - se comece a tornar realidade: ele passa antes de mais, pela desmontagem DESTE PROJECTO que foi evoluindo por fases - umas mais outras menos positivas - até aos dias desgraçados de hoje: um novo 'Grande Império Alemão', onde as soberanias das províncias se reduzam a uns passeios à trela dos fieis governadores - aqueles que já nos habituamos a ver mais sorridentes e mais próximos da tal 'senhora do casaco permanentemente abotoado', nas fotos de família que se vão batendo em todos os encontros que se vão realizando, para que todos se habituem a interagir e onde vão torrando o dinheiro dos impostos para os quais andamos a trabalhar até hoje.
Como li num dos muitos comentários que por aí proliferam sobre o papel da Alemanha de Merkel nesta crise, "a Alemanha já destruiu a Europa duas vezes, porque razão não o há-de fazer uma terceira?".
E acho que 'a senhora do casaco(...)' já está a trabalhar nisso com afinco e com o empenho das marionetes do costume e talvez não seja má ideia, que aqueles que o possam fazer desde já, comecem a aprender a 'nova língua pátria'. Prometo colocar aqui um dia destes, os contactos de escolas e institutos de todo o (ainda) País onde se pode aprender a falar o 'alemão de emigrante' em poucas semanas.
Não sou da 'família' e por isso quero começar já por deixar claro que não pretendo 'meter a foice em seara alheia'.
Mas também não sou hipócrita ao ponto de me limitar àquela frase de circunstância género 'que ganhe o melhor', porque entre duas hipóteses possíveis havia um candidato com ideias e projectos bem definidos enquanto outro precisou de ser ajudado por 'gente estranha e pouco recomendável' para uns contactos de última hora - pelo menos aqui por Alfena
(Foi o que muitos viram e me transmitiram e de que aqui dei conta, sem deixar de colocar este Blog à disposição para um desmentido formal).
Tal nunca veio a acontecer e talvez faça pois sentido invocar aqui a sabedoria popular que costuma dizer que 'quem cala consente'...
Fiquei-me pela notícia, optando no entanto por não tomar partido, já que deixei de o ter (ao Partido) há muitos anos atrás e não era este.
Mas porque gosto de vitórias claras ainda que não me digam directamente respeito, não pude deixar de dar os parabéns ao incontestado vencedor o Dr. José Manuel Ribeiro que hoje venceu de forma claríssima a votação para a eleição da comissão política concelhia do PS - era a ele que me referia atrás, quando falava em projectos e ideias claras.
Mais do que nunca, o Município de Valongo vai precisar de uma oposição mais abrangente e sobretudo com características polifónicas - as colunas à direita e à esquerda do núcleo do poder, com som bem audível - e não como até aqui, em que um dos lados tem estado sem 'emitir' - refiro-me evidentemente ao palco da Câmara.
Penso que hoje o PS deu um passo nesse sentido, o que é bom - julgo eu.
Poema de Jorge de Sena (in "Metamorfoses", 1963; "Antologia Poética", págs. 108-111, Porto: Edições Asa, 1999)
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso. É possível, porque tudo é possível, que ele seja aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo, onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém de nada haver que não seja simples e natural. Um mundo em que tudo seja permitido, conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer, o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós. E é possível que não seja isto, nem sequer isto o que vos interesse para viver. Tudo é possível, ainda quando lutemos, como devemos lutar, por quanto nos pareça a liberdade e a justiça, ou mais que qualquer delas uma fiel dedicação à honra de estar vivo. Um dia sabereis que mais que a humanidade não tem conta o número dos que pensaram assim, amaram o seu semelhante no que ele tinha de único, de insólito, de livre, de diferente, e foram sacrificados, torturados, espancados, e entregues hipocritamente à secular justiça, para que os liquidasse com «suma piedade e sem efusão de sangue». Por serem fiéis a um deus, a um pensamento, a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas à fome irrespondível que lhes roía as entranhas, foram estripados, esfolados, queimados, gaseados, e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido, ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória. Às vezes, por serem de uma raça, outras por serem de uma classe, expiaram todos os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência de haver cometido. Mas também aconteceu e acontece que não foram mortos. Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer aniquilando mansamente, delicadamente por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus. Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror, foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha há mais de um século e que por violenta e injusta ofendeu o coração de um pintor chamado Goya, que tinha um coração muito grande, cheio de fúria e de amor. Mas isto nada é, meus filhos. Apenas um episódio, um episódio breve, nesta cadeia de que sois um elo (ou não sereis) de ferro e de suor e sangue e algum sémen a caminho do mundo que vos sonho. Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la. É isto o que mais importa – essa alegria. Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto não é senão essa alegria que vem de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém está menos vivo ou sofre ou morre para que um só de vós resista um pouco mais à morte que é de todos e virá. Que tudo isto sabereis serenamente, sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição, e sobretudo sem desapego ou indiferença, ardentemente espero. Tanto sangue, tanta dor, tanta angústia, um dia – mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga – não hão-de ser em vão. Confesso que, muitas vezes, pensando no horror de tantos séculos de opressão e crueldade, hesito por momentos e uma amargura me submerge inconsolável. Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam, quem ressuscita esses milhões, quem restitui não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado? Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes aquele instante que não viveram, aquele objecto que não fruíram, aquele gesto de amor, que fariam «amanhã». E, por isso, o mesmo mundo que criemos nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa que não é só nossa, que nos é cedida para a guardarmos respeitosamente em memória do sangue que nos corre nas veias, da nossa carne que foi outra, do amor que outros não amaram porque lho roubaram.
Lisboa, 25-06-1959
PS: uma excelente sugestão do meu querido amigo Castro Neves, à qual eu acrescentei o saudoso e inimitável declamador Mário Viegas...
Um poema que tem tantos pontos de toque com a nossa realidade actual!
Já hoje (ontem) aqui escrevi sobre a libertação de Valongo da incómoda carga que Fernando Melo representava desde há muito tempo a esta parte.
Como todos os presentes pudemos constatar, apesar do notório esforço de mobilização feito pelo 'aparelho', não foi possível filtrar a entrada para que apenas os 'atentos, veneradores e obrigados' pudessem estar presentes em lugar de destaque no 'sentido adeus ao querido lídere'.
E isso notou-se na altura dos aplausos, com os funcionários presentes em número significativo - dispensados do serviço? - e mais uns quantos a levantarem-se ao sinal do novo chefe, para as palmas do aconchego enquanto os restantes, se mantinham obviamente sentados.
Uma atitude lógica e em linha com o percurso autárquico de Fernando Melo que nunca fez por merecer aplausos genuínos.
Fernando Melo nunca foi uma figura capaz de suscitar consensos potenciadores dos mesmos e por isso, todos aqueles que conseguiu coleccionar, tiveram sempre aquele toque inconfundível dos chamados 'puxa-sacos' - um tipo de pessoas que aplaude sempre em bicos de pé para que o aplaudido os veja e possa retribuir em conformidade.
Também hoje foi assim, com uma pequena diferença: a retribuição eram neste caso os aplausos, pelos favores recebidos do querido lider, ou simplesmente porque os chefes estavam lá para os contabilizar e registar para uma futura avaliação.
Só os livres de pensamento e de vínculos profissionais ou partidários puderam fazer o que se impunha que fizessem: assinalarem - pelo silêncio e pela recusa da subserviência de se levantarem - a saída de cena de um autarca que nunca foi para Valongo 'a solução' mas sim 'o problema'.
O silêncio ruidoso e cheio de simbolismo, foi demasiado ostensivo para não se notar.
O número de indiferentes sentados foi demasiado visível para não ser captado pelas câmaras dos jornalistas.
Foram gestos plenos de simbolismo - uma espécie de 'retribuição' por omissão, dos homens livres a quem o 'machado' que Fernando Melo sempre manejou de forma selectiva e maldosa, nunca conseguiu - para usar a linguagem musical e poética de Manuel Freire - 'cortar a raiz ao pensamento'!
Tecer louvores que não correspondem ao que sentimos, relativamente aos ditadores, só mesmo no funeral dos ditos - e felizmente apesar de tudo, não era esse o caso de hoje!