EU, O PRESIDENTE DA CÂMARA DE VALONGO E UMA DÚVIDA SOBRE 'TOMATES'...
A frase:
"Estou farto dos seus ataques e de tudo que anda a escrever sobre mim. Você não tem tomates, caso contrário apresentaria uma queixa" - citei de memória, mas julgo que fielmente...
O contexto:
A audiência das segundas-feiras - ontem mesmo - no gabinete do presidente da Câmara de Valongo.
Os protagonistas:
Ele mesmo e eu, não como deputado municipal mas como cidadão.
O 'público':
O adjunto do presidente, Eng.º Paulo Ferreira, a chefe de Divisão, Eng.ª Alexandra Ribeiro e por último, um casal de munícipes que havia solicitado através da minha pessoa a audiência em questão.
O presidente da Câmara não gostou de uma crítica concreta que lhe fiz, relacionada com o desenvolvimento processual do assunto que estava em cima da mesa e completamente desenquadrado da questão que ali nos tinha levado, perdeu as estribeiras e virou 'rapazola desbocado' lançando mão de um tipo de linguagem quase sempre um pouco constrangedor para a maioria das senhoras.
Para além da senhora munícipe que ele não conhece de lado nenhum para se conceder o direito de recorrer deste tipo de 'linguagem chula', estava também presente uma subordinada que ainda que o sentisse, nunca se estaria à vontade para expressar qualquer incómodo.
Temos portanto um presidente de Câmara a quem com demasiada facilidade salta a tampa - ou estala o verniz - e que não é digno do lugar que ocupa.
Mas isso já nós sabíamos e não é essa a principal preocupação. Pior do que isso, é ele não ser uma pessoa confiável e capaz de manter compromissos, de respeitar o 'ADN' de onde é oriundo, de garantir um futuro melhor para o nosso Concelho e de encetar - de uma vez por todas - o combate à corrupção e ao tratamento discricionário de munícipes como aquele casal que se arrasta pela Câmara com um caso que já data de 2002 mas que mesmo assim continua a ocupar as prateleiras dos esqueletos que todos conhecemos.
A 'falta de chá' do presidente desceu ainda um pouco mais de nível quando no seguimento da mesma reacção de baixo nível me atirou - e repare-se que não nos encontrávamos num ambiente informal - "você devia estar calado, pois já me pediu neste gabinete para dar um jeito numa infracção cometida pelo (xpto) fiscal desta Câmara"!
Lamentável!
Eu não precisava de falar neste assunto, mas ao contrário dele, não tenho 'rabos de palha' e por isso aqui vai a explicação sucinta:
O caso envolve, não o fiscal mas um seu irmão.
De qualquer forma, o dito fiscal, que ao que parece é sócio do irmão, tem ao que julgo a 'ficha limpa', ao contrário de outro que se mantém com todas as funções e prorrogativas apesar do presidente saber que é arguido num processo por corrupção em que já foi punido em sede de processo disciplinar.
Tem a ver com a remodelação de um pequeno estabelecimento de pronto-a-vestir que antes era um café, em que um daqueles toldos plásticos publicitários de enrolar foi substituído por outro em acrílico rígido exactamente com as mesmas dimensões. Parece que o Regulamento Municipal obriga a licenciamento, mas como a loja não tem contrato de arrendamento e apenas é cedida por empréstimo, não pode ser apresentado na instrução do processo um contrato de arrendamento.
Foi esta dificuldade que eu aceitei veicular até ao presidente - impossibilidade de apresentar o dito contrato de arrendamento válido.
Foi há uns meses atrás, logo a seguir a uma desagradável visita de uma equipa de colegas do dito fiscal - numa altura em que com tanto que fazer relativamente a casos mais prementes - encontraram disponibilidade para visitar o pequeno pronto-a-vestir de Campo a fim de levantar o respectivo auto de contra-ordenação por esta "gravíssima infracção".
Como vê meu caro, eu não tenho problemas em falar de qualquer caso que você nas suas espontâneas oscilações de humor tente arremessar-me. Já você...
Mas já agora e ainda sobre os 'tomates', tenha calma! Lá chegaremos um dia destes, para ver quem tem a horta biológica maior...