VALONGO - TODOS IGUAIS?
Ontem foi dia de Assembleia Municipal em Valongo...
Para além dos outros, os 'ingredientes' que mais atenções suscitaram por parte dos deputados - da oposição sobretudo - foram as contas da Câmara e da empresa municipal Vallis Habita.
A maioria, que já leva 'um ano e meio de nada' e quase se tem limitado à promoção de eventos - festa e 'fórró' é praticamente tudo o que José Manuel Ribeiro tem oferecido ao seu Povo para justificar a promessa de 'Mudar Valongo' - confrontou-se ontem de forma lamentável e atamancada com a revolta das palavras por parte de uma fatia assinalável dos representantes desse mesmo Povo.
O primeiro grito de denúncia de que "o Rei vai nu", veio logo no período inicial de intervenção do Público, da parte de dois dirigentes do Sporting Clube de Campo.
Já sabíamos que para josé Manuel Ribeiro e para os seus acólitos 'batedores de palmas', existem instituições que são 'mais iguais' do que outras.
Os atletas, dirigentes e apoiantes deste Clube com História, são no entanto 'menos iguais' que muitos outros: nem apoio conseguem, num processo judicial com que se debatem e que a Câmara tinha, por razões objectivas e ontem mais uma vez demonstradas, obrigação de apoiar.
Mas não foi caso isolado o protesto de Campo.
Alfena, também ela desde sempre discriminada - em Alfena não existe nenhum equipamento desportivo municipal, sendo que nesta área quase tudo assenta na livre iniciativa do Atlético Clube Alfenense em maior grau mas também do Centro Social e Paroquial de Alfena - pela voz do seu Presidente de Junta, Arnaldo Soares, deixou claro o seu protesto relativamente à despudorada discriminação.
Contra todas as naturais divergências relativamente a muitos outros assuntos, ontem eu não fiz grande esforço para "assinar por baixo" todas as críticas que ele ali expressou.
O Atlético Clube Alfenense por sua inteira iniciativa candidatou-se e ganhou dois financiamentos comunitários para intervenções importantes nos seus recintos, num montante que ronda os 600 mil Euros.
Como é normal nestes casos, o Clube terá que dispor de uma percentagem deste montante e quando solicitou à Câmara uma pequena parte do valor em falta - 100 mil Euros, a Câmara negou.
Depois e a exemplo do que fazem os nossos simpáticos feirantes de etnia cigana, começou a "marralhar" com os dirigentes do Clube tendo chegado ao montante de 'pegar ou largar' de 90 mil Euros...
Arnaldo Soares deixou ontem bem clara esta enorme e evidente injustiça para com o ACA.
Por mim que não costumo dar para o peditório dos 'futebóis', tenho de reconhecer no entanto que o ACA tem muito mais direito a ser apoiado do que muitos outros. E por aqui me fico...
Entramos depois num ponto também ele merecedor de críticas do Presidente de Junta de Alfena: As contas do Município.
Segundo Arnaldo Soares - e segundo todos aqueles que olharam para este documento sem 'filtros cor de rosa' nos olhos - investimentos em Alfena "zero"!
Arnaldo Soares desafiou José Manuel Ribeiro a provar o contrário!
É Claro que José Manuel Ribeiro "tinha a impressão" de que do montante global de cerca de 1,8 ME, Alfena situou-se dentro da média geral de 18%!
"Zero! Zero! Zero"! foi o que o presidente de Alfena não se cansou de repetir. E ninguém, sobretudo o presidente da Câmara a quem em primeiro lugar cabia essa tarefa, conseguiu demonstrar o contrário!
José Manuel Ribeiro ficou-se para ali a folhear a versão impressa das contas, fingindo que via nelas o que mais ninguém via: os tais 18%.
A seguir, vieram as contas da "Vallis Habita", a empresa que gere apenas metade das habitações sociais do Município. E como gere apenas metade e essa metade dá lucro, nem a Câmara resolve - porque não quer - o problema da discriminação que sobra para a outra metade dos moradores do parque habitacional, nem arranja uma qualquer forma de evitar a acumulação de lucros 'pornográficos' face às inúmeras carências que têm vindo a ser denunciadas e que estão desde há muito elencadas.
Portanto, aquilo que ontem se votou, foram as contas da Vallis Habita 1.
A 'outra' e inexistente Vallis Habita, aquela que sendo irmã gémea, não tem passado no entanto da eterna enjeitada de sempre, essa pairou sobre as consciências de todos mas sobretudo das de quem governa, mas como sempre, incomodando mais a oposição do que o poder, mais preocupado com festinhas e convívios do que com as infiltrações e a degradação dos empreendimentos municipais onde (também) vivem valonguenses!
Parece portanto que a Câmara irá lamentavelmente continuar a ser a 'empresa de eventos' do costume e a fazer aquilo que melhor sabe.
Saia mais uma rodada de cavaquinhos e bombos para animar a malta e... siga a rusga!