O PODER LOCAL QUE ENVERGONHA VALONGO...
Ontem foi dia de Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Valongo - em versão descentralizada em Alfena.
Alguns recortes - que permitem antecipar com bastante rigor o tipo de governação que teremos até 2021!
* Um Presidente de Assembleia capturado pelo Órgão executivo e com um relógio muito selectivo na contagem dos tempos, conforme o quadrante político respectivos oradores.
(O presidente da Câmara, esse tem sempre 'via verde' para as suas longas e redondas incursões discursivas)...
A origem de muitos dos problemas com que os valonguenses se debatem, ao contrário do que muitos possam pensar, não tem a ver com a incompetência, a arrogância ou a falta de aptidão do cidadão José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo para o exercício do alto cargo que lhe foi atribuído pelos munícipes.
Por exagerado que isso possa parecer, é na total abdicação relativamente ao exercício dos deveres inerentes ao cargo de presidente do Órgão Deliberativo Assembleia Municipal por parte do cidadão Abílio Vilas Boas Ribeiro que essas razões assentam.
* Um deputado socialista de Alfena - olá senhor Joaquim Moreira - que em vez de falar da lamentável prestação de contas da Câmara - o ponto para o qual se inscreveu - optou (!) por atacar o presidente da Junta da sua Freguesia e o Parque Vale do Leça, achando muito bem a falta de cumprimento dos compromissos assumidos pelo presidente da Câmara - a Junta não tem, nem obrigação nem capacidade financeira para tal - de instalar algum equipamento, de recuperar o velho moinho do Cabo e o respectivo canal, de colocar iluminação - entre muitas outras coisas em falta.
Segundo o senhor Joaquim, isso seria "fazer filhos na mulher dos outros" (sic), logo, a Câmara faz muito bem em não fazer nada e ele bate palmas.
Ó senhor Joaquim, quando disse que vivia em Alfena há não sei quantos anos e que gostava muito da sua terra e blá-bá-blá, estava (mesmo) a mangar connosco não estava?
Por uma vez, o presidente da Assembleia esteve bem e tirou-lhe a palavra, porque não era esse o ponto em discussão. Meteu o 'rabo entre as pernas', sentou-se e prometeu inscrever-se na "altura certa" para dizer o que não conseguiu.
Esperemos que pense melhor e tenha vergonha na cara antes de voltar a envergonhar a "sua terra"...
* Falou-se de estacionamento e da VERGONHA a que assistimos em Valongo e Ermesinde, com a empresa concessionária a arrogar-se o papel de 'dona disto tudo' na caça desenfreada às multas - alguns minutos ,ou mesmo segundos, que se percam a atravessar a rua para ir trocar moedas no café em frente são suficientes para o ROUBO.
(Por acaso ninguém falou no estado de degradação absoluta e na falta de fiabilidade da esmagadora maioria dos parcómetros nem na obrigatoriedade da sua inspecção anual com aposição do respectivo selo de garantia por parte do ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade) e que por si só já deveria ter obrigado a Câmara a ter actuado e a invocar isso a seu favor no (alegado) litígio judicial que a opõe à 'Parques VE').
* Falou-se ainda na VERGONHA que foi a cerimónia do início de obras do novo Centro de Saúde de Alfena com a presença do secretário de Estado da Saúde, do presidente da ARS Norte e do presidente da Câmara e para a qual não tiveram o mínimo respeito pela Instituição Junta de Freguesia: não convidaram sequer o seu presidente para estar presente - convém lembrar que foi precisamente a Junta de Freguesia da altura que negociou com o dono do terreno a cedência do lote para o efeito!
(Só por mero acaso é que o Dr. Arnaldo Soares, quando se dirigia para a sede da Junta, percebendo movimento inusitado no local, de alguns fatos azuis, dos habituais carros pretos e das câmaras fotográficas dos jornalistas, optou por se chegar ao grupo.
Se isto não revolta os alfenenses, o que mais é que José Manuel Ribeiro terá de fazer para que isso aconteça?
* Falou-se de 'bexiguices' e configurações mais ou menos 'cor de rosa' do gabinete jurídico da Câmara e falou-se na contratação de mais um Jurista interno (talvez para dar um tratamento mais célere à cobrança das multas de estacionamento).
* Falou-se também da (lamentável) passagem pública de ligação da paralela à Rua 1.º de Maio à Praceta Almirante Pinheiro de Azevedo - sinalizada por um semáforo particular! - e dificultada por duas lombas excessivas e buracos com malha-sol à vista.
* Falou-se ainda da cedência do último lote municipal resultante de cedências no âmbito da urbanização de 1986 de Adão Inácio Lopes - neste mesmo local - para ser construída uma sede do Moto Clube de Alfena.
(Essa cedência foi votada (por unanimidade) em reunião de Câmara no mandato anterior e aprovada por maioria em Assembleia Municipal (com o meu voto de vencido) porque a Câmara sonegou à apreciação dos vereadores da oposição e dos deputado municipais, as reclamações fundamentadas entragues por mim e por um conjunto de moradores e que não aparece em nenhuma das fases do processo que instruiu as deliberações referidas).
Portanto...
O executivo actual e a Assembleia Municipal, ao tomarem conhecimento pormenorizado dos contornos deste processo ardiloso levado a cabo no mandato anterior, não podem - sob pena de incorrerem em crime - fazer outra coisa que não seja reverterem esta cedência e - para não frustrar as justas expectativas do Moto clube de Alfena - encontrarem um outro terreno onde a referida sede possa ser construída!
* Por último - no que me ocorre - falou-se nas obras de Cabeda e na vergonha e FALTA DE RESPEITO PARA COM ALFENA que as mesmas constituem.
(Parece que o concurso público lançado para a execução da obra ficou deserto - com excepção do empreiteiro em situação de pré falência e como agora é público e notório, não tinha nem tem a adequada capacidade técnica para a executar).
O presidente da Câmara, numa lamentável demonstração(?) de falsa humildade, assumiu "inteiras responsabilidades por tudo o que de errado aconteceu nesta obra".
Acrescentou ainda que "embora já tenha sido traído relativamente a outras previsões no que toca à reabertura do troço em obras, prevejo a conclusão até final do mês de maio!
Haja paciência para tanta incompetência!
E foi mais ou menos isto - com um ou outro detalhe que me possa ter escapado - o que ontem se passou...
Como se passou da meia noite sem sequer ter cumprido metade da Ordem de Trabalhos, a sessão continuará na próxima quinta-feira, dia 3 de Maio, à mesma hora e no mesmo local.