BOÇALIDADES...
Ainda a propósito da última Assembleia de Freguesia, uma pequena nota para destacar o comportamento a roçar a boçalidade por parte de alguns elementos do executivo.
Nada que nos surpreenda por aí além, face a experiência que já vamos acumulando em relação a comportamentos anteriores, mas ontem notou-se sobretudo uma voz que repetia em surdina para os seus pares uma a palavra "idem" - pronunciada pelo deputado da Coragem de Mudar, Sr. Avelino de Sousa ao ler um documento.
A segunda figura do executivo resolveu fazer de "caixinha de eco" e daí nem viria nenhum mal ao mundo, se ele - e os pares contagiados por ele - não acompanhassem essa repetição provocatória, com sorrisos trocistas. Distraídos com o divertimento, esqueceram-se talvez que estavam em cima do palco e portanto, num local bastante exposto...
Já uma vez o presidente se referiu à condição de ex emigrante do referido deputado, de forma vexatória, como se aqueles que regressam à sua terra após longos anos de emigração, tivessem de realizar uma espécie de "período de nojo" para readquirirem os direitos à cidadania plena.
E agora, até uma ou outra esporádica dificuldade de leitura ou de pronúncia que por vezes se faz notar, é para eles, motivo de gáudio e de troça...
Infelizmente, não tivemos a oportunidade de eleger nenhum deputado formado na "faculdade do porco no espeto e da carne assada". Estaremos pois a este nível, em desvantagem relativamente aos UpA, porque essa é uma "escola" onde pelos vistos, se aprende muito.
De uma coisa eles podem estar certos: no Grupo independente que tanto os tem apoquentado, os documentos lidos e apresentados à Assembleia, são preparados e discutidos colectivamente e não emanam simplesmente da caneta inspirada de nenhum "caudilho" que nos faça esse trabalho - nem aceitaríamos que isso pudesse acontecer.
Por outro lado, neste País que tem "bocadinhos" dele espalhados por várias Ilhas, por vários Continentes é natural que existam diferenças culturais, maneiras de falar específicas, formas de pronúncia características, mas nunca vimos os nossos deputados da Nação por exemplo - talvez porque mais civilizados - descerem ao nível boçal dos nossos UpA, sempre que um deputado "Açorieno" ou "Madeirance" fala no nosso Parlamento.
São formas de estar que não se aprendem na escola, mas os cargos em que momentâneamente estão investidos, deveria torná-los mais circunspectos e menos ostensivos na sua boçalidade!
Registamos para "memória futura" este pequeno e deprimente episódio envolvendo gente pequena que a História rapidamente esquecerá...