HOSPITAL PRIVADO DE ALFENA - OS COMPROMISSOS DA "PRIMEIRA PEDRA"...
E pronto. Mais uma vez se cumpriu o calendário nesta espécie de "faz de conta que as reuniões públicas de Junta servem para tomar decisões importantes" e que nós vamos lá para assistir à tomada das mesmas...
Podia ser assim, mas parafraseando aquele conhecido anúncio, "podia mas (no caso de Alfena, onde tudo é sui géneris) não seria a mesma coisa..."
Por aqui, o que parece óbvio e seria expectável, numa autarquia com a dimensão da nossa, às vezes, (quase sempre) deixa de o ser.
Tiques de um executivo absolutamente maioritário, que tem um entendimento muito especial sobre forma de governar nestas circunstâncias.
O único assunto de relevo abordado - em termos de informação - foi o da inauguração do Hospital Privado de Alfena prevista para Novembro.
Mas isso já nós sabíamos dos vários jornais onde a notícia anda a ser "plantada" desde ontem!
Curioso no meio desta boa nova para Alfena, é terem dito ontem na Junta a um alfenense que lá se dirigiu para saber se o que vinha no JN era verdade, "que não sabiam de nada". Afinal - hoje isso ficou claro - o executivo sabia, mas parece que a prática é não dividir este tipo de informação com os funcionários antes do tempo - e ontem, pelos vistos ainda não era o tempo de a dividir...
Já agora, a questão relevante - e eu na parte final da reunião coloquei-a ao presidente - é saber se o compromisso assumido pelo grupo Trofa de dar - em igualdade de circunstâncias - preferência aos alfenenses nas admissões, compromisso esse que serviu para justificar a excepção ao PDM e permissão (!) para a construção de um piso a mais além dos que estavam projectados, vai ser cumprido.
O presidente acha que sim "e que o grupo Trofa até tem interesse em criar através dele uma certa empatia com os alfenenses", mas já foi antecipando uma dificuldade para o mesmo poder vir a não ser inteiramente respeitado:
O problema habitual das concessões - restaurantes, bares, empresas de limpeza, segurança, etc...
E então - perguntamos nós - o que é que resta?
É que nas profissões altamente especializadas - analistas, médicos, técnicos de meios auxiliares de diagnóstico, enfermeiros, o problema provavelmente nem se colocará.
É precisamente ao nível do pessoal intermédio ou de menor qualificação que essa preferência fará algum sentido! Se já estão a admitir "escapatórias", então a coisa pode azedar para o lado dos alfenenses.
Para já, ficamos a saber que na junta existem cerca de dois mil curricula e não nos passa pela cabeça que os alfenenses tenham menores qualificações - dentro de cada área específica - que os trabalhadores de outras zonas do País.
E quanto aos concessionários, é uma questão que o grupo Trofa terá que resolver em termos de negociação de contratos - tendo em conta que deverá encontrar uma forma de encaixar no clausulado dos mesmos, este compromisso de raíz que assumiu para com Alfena!
Para terminar, acho estranho - eu que conheço um pouco a Saúde por dentro dado que me aposentei num Hospital Central do Porto - que nesta altura do processo - afinal Novembro é "já amanhã" - e tendo em conta a dimensão do que é anunciado, que ainda estejam na Junta os tais dois mil curricula...
Das duas uma: ou já está "construído o quadro de pessoal" e não nos querem dizer, ou então, vai "ocorrer" um qualquer contratempo de última hora que impedirá a inauguração na data prevista.
Mas claro que posso estar apenas a ser demasiado pessimista - e ficaria contente se fosse esse o caso!
PS: Como também já vem sendo hábito - quem é que disse que a rotina é inimiga do progresso? - quer no ponto de "antes da Ordem do Dia", quer naquele em que seria suposto tomarmos conhecimento de "assuntos de interesse da Freguesia", nota-se por parte dos coordenadores dos principais "pelouros" (!) uma enorme dificuldade em encontrar assunto para um minutinho ou dois de tempo antena.
Mérito do lidere, ou demérito dos próprios?