IN MEMORIUM DA VELHA CEREJEIRA...
Esta foto está desactualizada...
À actual, falta-lhe um elemento que julgo ter feito parte do espaço praticamente desde a construção do edifício doado à Freguesia pelo Comendador Matos, para funcionar como escola primária - em memória, se a memória não me falha, a uma filha falecida.
A minha filha frequentou-a e eu ainda me recordo de me reunir com alguns pais à sombra da sua copa gigante, naquela altura "quente" em que se iniciou o processo do fecho da mesma com a transferência dos alunos para a nova construída no Lombelho.
A decisão não foi pacífica e os ânimos ainda se agitaram mais, quando se soube que o padre Nuno Cardoso pretendia fazer mais uma "anexação" ao já vasto património da Igreja.
Naquele caso, era puro abuso e desrespeito pela vontade da família Matos e a Câmara esteve muito bem nessa altura, ao não ceder a essa pretensão.
Já se terão apercebido de que estou a referir-me à velha - mas aparentemente saudável - cerejeira que alguém, sem dizer "água vai" - ou será que disse e nós não ouvimos? - resolveu cortar pela base.
Há uma frase conhecida para definir as soluções radicais que visam resolver um determinado problema: "cortar o mal pela raíz", mas não me consta que a vetusta árvore tivesse alguma vez constituído algum mal para alguém.
Ou será que algum ilustre autarca ao sair de algum daquele poucos eventos que ali vão tendo lugar - daqueles onde se servem no final uns acepipes, uns salgadinhos e uns copitos a acompanhar - terá tropeçado inadvertidamente nalguma daquelas suas raízes mais superficiais e salientes e resolveu tirar desforço chamando a "brigada municipal" de abate?
É que não sei porquê, bateu-me hoje um certo saudosismo - talvez porque um dos últimos comunicados distribuídos mão a mão à saída de uma das missas, denunciando a avidez exagerada do padre Nuno, foi redigido por mim à sombra da gigantesca copa, sentado no muro de pedra...