ALFENA E A SUA "QUINTA DO AMBRÓSIO" À ESCALA LOCAL...
Quem é que disse que a discussão aberta em torno dos problemas da nossa terra - com ideias às vezes não totalmente coincidentes ou até mesmo discordantes em confronto - não é possível?
Eu sei quem o disse, o diz e continuará a dizê-lo, prosseguindo num projecto pseudo independente - uma espécie de "autismo maioritário", por enquanto prevalecente no grupo incumbido da governação da nossa terra , mas na passada segunda feira, no nosso Centro Cultural, os que ali compareceram - alfenenses sem Partido, alfenenses do Partido Socialista e do PSD, alfenenses eleitos para a Assembleia de Freguesia, independentes e afectos ao PS, um vereador da Câmara Municipal, um ex presidente de Junta, só vieram comprovar que essa discussão é possível, é útil - é mesmo imprescindível - e pode ser feita sem quaisquer problemas, sem nenhuma polémica e sem nenhum constrangimento.
O assunto - uma primeira abordagem relativamente ao mesmo - era o da discussão pública do pedido de excepção ao PDM lançado pela Câmara através do Aviso publicado em Diário da República e que decorre desde o dia 26 de Setembro por um período de trinta dias úteis.
Este pedido de excepção, abrange uma área com uma dimensão que situa algures entre os 50 e os setenta hectares, conforme as fontes de informação que lhe fazem referência, localiza-se junto ao nó da A41 /Sete Caminhos e destinar-se-à (há quem antecipe outras hipóteses) à construção de uma plataforma logística/industrial para o grupo Jerónimo Martins.
Foi uma discussão útil - para "começo de conversa" - onde foi possível tomarmos conhecimento de "versões locais e à escala" comparáveis a processos mediáticos como o da Quinta do Ambrósio em Gondomar e do famoso prédio dos CTT em Coimbra - geradoras de mais valias "miraculosas" e promotoras de alguns casos de sucesso entre alguns alfenenses bem conhecidos - pelas piores razões, obviamente!
Como disse e bem o vereador presente, alguns casos referidos, envolvendo a compra e venda de terrenos na área que agora se pretende excepcionar, não são casos de urbanismo eventualmente menos transparente, são "casos de polícia" que urge compilar com a máxima urgência para serem denunciados ao Ministério Público.
Foi uma boa discussão, informal, sem espartilhos pseudo regimentais ou tutelas cerceadoras da liberdade de expressão e que irá ter brevemente, a continuidade que foi anunciada, nessa altura já de uma forma mais alargada e para apreciar, discutir e aprovar uma possível contestação consensual ou o mais alargada possível ao atentado em curso, respondendo à Câmara no período previsto, de acordo com o que a Lei estipula.