ALFENA - A TÉNUE FRONTEIRA ENTRE A IMBECILIDADE E A BARBARIDADE...
"Fazer filhos em mulher alheia"... Eu sei que a frase tem sido alvo de várias tentativas de "registo de paternidade", mas ontem foi a vez do primeiro dos "cinco unidos" a usar num contexto relacionado com a resposta a uma pergunta de um alfenense sobre a limpesa das ruas.
Já agora, com tantos "pais incógnitos", o nosso homem da cultura - ou do interface com a mesma, que ainda não percebi muito bem o exacto papel que lhe está atribuído, não perdeu a oportunidade de se juntar ao grupo:
Começou por criar suspense logo de início ao afirmar que - ao contrário do "nosso primeiro" (que ontem "não tinha nada para dizer") - tinha muita informação para dar.
Ligamos o "holofotes" regulamos a "captação áudio" com o zoom no máximo e clicamos no botão que diz record.
Afinal ia sair dali - finalmente - relato detalhado sobre trabalho de relevo, quiçá suficiente até, para colocar a média do último ano e tal de governação dos "cinco unidos" num nível capaz de deixar de nos envergonhar na comparação com autarquias de dimensão idêntica à da nossa...
Qual quê! O primeiro vogal da Junta e presidente da secção do PSD de Valongo - aqui a ordem dos factores não é relevante - não foi capaz de nos surpreender: limitou-se a desfilar exaustivamente um rol de iniciativas que as várias associações desportivas culturais e recreativas da nossa freguesia vão levar a cabo com o apoio financeiro evidentemente e é justo que o tenham, do executivo.
Lançando mão da mesma figura de estilo já utilizada anteriormente, limitou-se a citar "as mulheres alheias, os respectivos filhos" e a detalhar o tipo de habilidades (trabalho concreto) que vão executar durante na semana do S. Martinho e cujo "ponto alto" será exactamente um magusto e uma série de jogos tradicionais no espaço sob o viaduto da A41.
Sim, porque do que falou o primeiro vogal, foi da actividade que felizmente as muitas associações que temos em Alfena ainda vão desenvolvendo, apesar da crise e da falta de meios.
Do que falou o primeiro vogal da Junta, não foi de trabalho autárquico, que é - seria suposto ser - a frente prioritária da sua acção, mas de trabalho dos outros.
Do que não falou o primeiro vogal, foi de trabalho concreto, nem dele nem dos seus pares, pela razão simples de que não existe e não se pode falar daquilo que é intangível a não ser quando se tem especial predilecção por falar de abstracções.
Mas saltemos a questão dos "filhos feitos em mulher alheia" e falemos de imbecilidades ou para sermos mais rigorosos, de barbaridades:
Um dos assuntos que fazia parte da ordem de trabalhos, era a abertura de um concurso para vender dois lotes de (um de uma e outro de duas) sepuluras em cada um dos dois cemitérios - "para começar desde já a arranjar dinheiro para construir uma nova sede para a Junta" (Num terreno que a Câmara terá disponibilizado ao cimo da Avenida Francisco Sá Carneiro).
Nada disto teria muita relevância - afinal "a construção não é para já, porque por enquanto não temos dinheiro para uma obra dessas" - Rogério Palhau dixit - se não tivessem sido também referidos (pela enésima vez) os constarngimentos com que nos começamos a debater, devido a um problema grave com o tipo de terreno do Cemitério Municipal e que origina que os corpos não se decomponham. Este prroblema, a não se encontrar uma solução que ninguém sabe por enquanto qual é, conduzir-nos-à a curto prazo à falta de espaço para sepultar.
Conjugando esta informação que aliás já tinha sido apresentada com algum dramatismo noutras ocasiões, com a continuação da venda de terrenos, só podemos estar na presença de um estado de insanidade colectiva que atingiu por inteiro o executivo da Junta - porque foi bem vincado que "todos os assuntos que são presentes à reunião de Junta, são discutidos previamente e por isso é que aqui é sempre decidido tudo por unanimidade" - Rogério Palhau novamente, dixit...
Eu sei que o Orçamento não é elástico, as trasferências da Câmara escasseiam e se calhar vão mesmo parar completamente no futuro próximo e os amigos a quem em momento de eleições se prometeu isto e mais aquilo e aqueloutro, não lhes largam a porta a exigir a boa cobrança das "contrapartidas" então prometidas ou no mínimo admitidas, mas daí a colocar os alfenenses perante a eminência de virem num qualquer destes anos próximos a terem de ser sepultados numa freguesia vizinha, "não lembraria ao diabo"!