"VALLIS LONGUS" E FINANÇAS CURTAS - HORA DE AGIR!
Vou-me dispensar de voltar à "vaca fria", que é como quem diz, à falência da Câmara de Valongo, porque isso já deixou de constituir motivo de surpresa para os valonguenses.
Mas mesmo sem entrar nos detalhes da mesma, a verdade é que ela está a sofocar inúmeras empresas que não se acautelaram devidamente ao fazer obra para a Câmara.
Convém recordar aqui aquela célebre tirada de Fernando Melo: "eles (eles são as empresas que agora estão a "berrar" por causa das dívidas) quando trabalham para a Câmara, já sabem que vão receber com muito atraso e por isso já incluem uma margem para isso"(!)
E neste momento, está também a provocar um enorme stress entre os próprios funcionários que já começam a temer o risco do seu vencimento e do próprio posto de trabalho!
Há no entanto, uma questão incontornável à qual ninguém pode eximir-se:
Será que a "salvação" da Câmara - e de todos aqueles que dela dependem - só é possível através da aprovação do Plano de Saneamento Financeiro, ou dito de forma mais rigorosa, deste Plano e do empréstimo bancário que lhe está associado e que na última reunião pública teve de ser retirado da agenda por exigência da Oposição?
Será que mesmo que esse Plano tivesse sido aprovado, viesse a ser viabilizado a seguir na Assembleia Municipal e finalmente, por hipótese remota - dadas as discrepâncias e os disparates que se podem vislumbrar lá pelo meio - viesse a receber a aprovação do Tribunal de Contas, a situação de Valongo melhoraria?
A resposta é claramente NÃO!
Como a Coragem de Mudar tem vindo a dizer desde início e fazendo a analogia com uma encenação teatral, a "peça" (leia-se PSF) pode estar até muito bem estruturada e sem falhas relevantes, mas com estes actores, o resultado só podia sair medíocre!
Sejamos um pouco mais explícitos:
Com Fernando Melo no Executivo, nunca será possível acreditar que este ou qualquer outra versão revista e melhorada de Plano de Saneamento Financeiro possa resultar - pela razão simples de que não será respeitado!
Portanto, se não queremos que a Câmara de Valongo seja "apagada" do mapa através dos agrupamentos de freguesias e também de municípios, que já se anunciam e não tardarão em arrancar, "corte-se o mal pela raiz": convençam-no a prestar - ao menos uma vez na vida - na sua vida de autarca evidentemente - um bom serviço a Valongo, regressando ao aconchego do lar e da família!
E não adianta alguém pensar que o facto de introduzir no texto algumas "cláusulas-travão" possa "dispensar a necessidade de dispensar" Fernando Melo: ele já nos habituou desde há muito a prometer tudo e a não cumprir nada!
A alternativa a tudo isto, seria a de eleições intercalares, mas com parte da oposição aparentemente mais preocupada na conquista de espaço de influência em território que lhes deveria ser comum, não sei se isso lhes interessará.
Uma coisa é absolutamente indesmentível: Um projecto comum a TODA a oposição, encabeçado por uma figura consensual e aglutinadora de energias, arrumaria definitivamente com a coligação PSD/PP da Câmara, onde já provocou estragos demasiados.
Mas será que o Partido Socialista está em condições de pensar seriamente nisto?