DIA MUNDIAL DA POUPAMÇA - SE QUEREM POUPAR... EMIGREM!
Governo aconselha jovens a emigrarem
«Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras»
Os jovens portugueses desempregados devem emigrar, em vez de ficarem na sua «zona de conforto», disse no sábado o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre.
Quem profere "bacoradas" como esta - perdoe-se-me a expressão - não deveria ser obrigado a emigrar, deveria ser expatriado!
Gente assim não tem direito a ter uma Pátria: Nem merece a despesa que o País faz para lhe emitir o cartão de cidadão...
Mas não seria tão grave esta afirmação, se não tivesse sido proferida por um membro do governo.
Um País que deixa de ter espaço e condições mínimas de dignidade para acolher os seus - sobretudo aqueles que representam o nosso futuro como Nação - corre o risco de ser tomado de novo pelos "Filipes".
Os Miguéis de Vasconcelos já andam por aí, engravatados, mandões, detentores de avultados investimentos em "offshores", mas cortando cá dentro, onde deviam acrescentar e acrescentando onde já deveriam ter começado a cortar há muito.
Gente que fala de contenção e da necessidade de fazer poupanças mas mantém a frota de topos de gama intocável, ao serviço 20 horas por dia e com o indispensável quadro de motoristas capazes de assegurar as respectivas escalas de serviço não deveria sequer abrir a boca, porque não entrando mosca só podia sair asneira.
Claro que se os clubes de luxo e as discotecas fechassem um pouco mais cedo, se as esposas, as namoradas e as amantes não fossem com tanta frequência às compras, ao cabeleireiro, ao SPA e ao ginásio, se não tivessem de levar o caniche da senhora à tosquia, perdão, ao "salão de beleza canino", talvez a frota pudesse ser um pouco mais reduzida e talvez alguns motoristas pudessem passar para funções bem mais úteis e dignas do que aquelas que os obrigam a desempenhar.
Aí sim, estaríamos a poupar e ao mesmo tempo a passar o "sinal" adequado para os já muito poucos, entre aqueles a que se convencionou chamar "classe média", no sentido de abdicarem de uma pequena parte daquilo que sendo essencial possa ser apesar de tudo, "um pouco menos esssencial".
Temos portanto, que o tal "sinal", continua a ser perfeitamente contraditório com o conselho que nos dão e por outro, com casos como o BPN, BPP e outros por essa Europa fora, a sensação de insegurança financeira também não motiva muito quem o pode ainda fazer - sim porque poupanças, no sentido honesto da palavra, não dão para investir em paraísos fiscais e roubar - ainda que o acto possa ser "amenizado" pelo uso de um qualquer "colarinho branco" - também não é a vocação da esmagadora maioria dos portugueses.
Quem sabe se um dia destes o secretário de estado da juventude não virá a ser considerado um visionário: "querem poupar, ou melhor, querem viver? Então emigrem!