CÂMARA DE VALONGO - INCÓMODOS "RANKINGS"...
Começo por uma declaração não habitual:
Quando se fala em corrupção na Câmara de Valongo, não estamos a falar de toda a gente honesta que lá trabalha, nem sequer mesmo, de todos os vereadores - anteriores e em exercício - que por muito estranho que isso possa parecer, acredito que entre eles tenha havido e haja ainda alguns que que não se tenham deixado nem se deixem seduzir pelo brilho efémero do vil metal.
Pena é que tantos casos que continuam a vir a público e que colocam a nossa Câmara num Ranking tão desprestigiante e tão marcadamente negativo, acabem depois, numa tendência muito portuguesa, por espalhar salpicos que de forma menos justa, atingem a todos por igual. É pena - para os que se dão ao cuidado de manter as mão em "condições higiénicamente aceitáveis" e também para os valonguenses em geral, que por onde vão passando, vão ouvindo muitas vezes aquilo de que não gostam, sobre a terra onde vivem.
Esta introdução vem a propósito da notícia do JN de hoje e que talvez só surpreenda as gentes de Valongo, pelo único facto de os visados terem chegado à barra do Tribunal - eventualmente porque agora existe um maior cuidado com o transporte dos processos e este não "conseguiu" extraviar-se de forma muito conveniente...
Estamos fartos de nos debatermos com dois pesos e duas medidas por parte de quem lida na nossa Câmara com a área do Urbanismo e não somos daqueles que levam isso à conta unicamente da possibilidade que qualquer ser humano tem de poder errar.
Na nossa Câmara, normalmente o que parece é e na área referida, há muitos anos que nos "parece que é" potencialmente corrupta.
A história - negativa - dos últimos anos de gestão da autarquia de Valongo ainda está por fazer, talvez porque Fernando Melo ainda não tenha escolhido o seu biógrafo oficial.
Claro que podemos sempre partir para uma biografia "não autorizada" - dele e de outros ilustres que por ali têm passado.
Já agora e em jeito de nota final, estará para breve um outro caso envolvendo floristas, um vereador e facturas falsas de flores - estas últimas, não sei se falsas também, se verdadeiras.
Disse que era a nota final, mas ocorre-me aqui a informação ontem prestada pelo nosso autarca local/homem de leis na reunião pública da Junta de Alfena a propósito do adiamento da inauguração do Hospital Privado de Alfena - estava prevista para 7 de Novembro e foi adiada para inicio de Janeiro, "porque ainda faltam algumas licenças e o grupo Trofa não quer correr riscos abrindo sem as mesmas" (!)
Não era este Hospital que tinha um piso a mais? Alguém sabe dizer com base em que habilidade legal é que o problema foi resolvido?
É que com tantos adiamentos e tantas dúvidas sobre o futuro daquele "mega empreendimento", a classificação de projecto PIM desde há muito que deixou de fazer sentido e neste caso, se algo não correu conforme a Lei, não estaremos seguramente a falar de relógios ...