"EM MULHER ALHEIA" E À LUZ DO DIA, É FEIO E PODE DAR MAU RESULTADO!
Eu sei que a cultura merece que façamos localmente por ela, tudo aquilo que o poder central se esquece de fazer mas confesso que fico mais satisfeito sempre que constato que, apesar da crise, é possível existir vida para além dos subsídios que se tornaram um hábito para alguns "movimentos associativos" nos últimos anos, um pouco por todo o lado e também em Alfena.
Não sei se é isso que se vai passar com próximo fim de semana cultural de Alfena, envolvendo várias iniciativas - umas culturais, outras meramente lúdicas e recreativas, isto é, resta saber em que medida irá funcionar mais o voluntarismo e menos o subsídio - ainda que muitas vezes disfarçado sob capa da atribuição em espécie.
Agora o que já me espanta um pouco, é que a iniciativa do dia 13 - a tal que se reveste apenas de carácter lúdico e de confraternização - exija tanto esforço e tanto empenho dos nossos autarcas locais:
Sob o viaduto da A41, onde irão decorrer alguns jogos tradicionais e o anunciado magusto, anda uma azáfama tremenda já há uns dias, com movimentação de máquinas (retroescavadora, viatura da Câmara de transporte de material, cilindro de compactação e tudo isto para estender quantidades enormes de "tout venant" em substituição da muita lama que ali existia.
Em tempos de "vacas magras" com uma Câmara falida, não se sabe muito bem quem é que anda a pagar aquele trabalho todo e sobretudo, estranha-se que com tantas obras à espera de melhores dias, ali se ande a investir tantos meios técnicos para uma simples tarde de Domingo.
Além do mais, convém não esquecer que "fazer filhos na mulher dos outros" nem sempre é boa ideia e é disso que se trata por enquanto, em tudo que ali seja feito.
Arrumar o espaço, achei muito bem, tirar o entulho (do lado direito da Rua de S. Vicente, sentido Alfena - Ermesinde) não foi mais do que o cumprimento de uma obrigação, por parte de quem tinha cometido o atentado ambiental.
Já o que anda a ser feito agora, é algo temerário e eventualmente lesivo do erário público, uma vez que decorrem processos em Tribunal e tudo aquilo pode ter de ser de novo rapado no sentido de repor o solo no seu estado inicial.
Mas há um último pormenor que não passou despercebido aos mais atentos e seguramente também não escapará à lupa da Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH-NORTE):
É que o aterro da parcela de terreno da Junta a jusante da ponte de S.Lázaro, fez-se à custa das centenas de toneladas de entulho removido do já referido espaço sob o viaduto - de vários tipos, sendo que na sua esmagadora maioria era material xistoso e pedras, mas nunca, como foi dito, terra de qualquer espécie.