VALONGO - "O BONECO E O VENTRÍLOQUO"...
A propósito do artigo de opinião - mas desde quando é que o "boneco do ventríloquo" tem opinião? - assinado(não sabemos em rigor, se também escrito) pelo Director do Correio do Dono, perdão, Correio do Douro - assunto sobre o qual já aqui escrevi - chegou-me às mãos esta pérola de resposta do meu caro amigo José Manuel Pereira.
Quando os amigos dizem tudo o que deve ser dito, porquê acrescentar mais alguma coisa?
Talvez apenas reforçar o conselho ao cidadão-Director Óscar Queirós:
Venha até junto dos antigos donos das bouças agora "coladas" umas às outras e transformadas num "modelo à escala" do deserto do Saara.
Venha e será recebido de braços abertos pelos "contribuintes lícitos para um enriquecimento ilícito" - ou que pelo menos, permanece na imensa sombra onde a designação faz todo o sentido.
Venha daí e talvez possa até dar-se o caso de algum deles lhe oferecer uma bebida - com copo e tudo!
Venha de mente aberta e já agora, traga o "dono" consigo, porque quem oferece um copo oferece a garrafa, ou até mesmo o barril!
Ora então, cá vai o texto do Zé Manel:
"CORAGEM DE OPINAR
Caro Sr. Diretor Óscar Queirós
A edição do Correio do Douro de 12 de Novembro último, dá, no seu artigo de Opinião, triunfal destaque à sua Coragem de Estragar. Uma virtude divinamente reconhecida quando, independentes como o meu caro, correm desesperadamente para o teclado e martirizam as teclas com (pro)fundas verdades terrenas. Parabéns. É dos nossos!
Na habitual pausa do sudoku, li o seu artigo, fiz as palavras cruzadas e quando dei por mim, lá estava eu ao pé de um multibanco a sacar o extracto bancário. Com largo sorriso de quem não sabe de onde vem dinheiro que sempre tem, disse cá para mim: Dinheiro em Novembro, Natal em Dezembro.
Voltei ao artigo e apesar das semi-mentiras que o mesmo verdadeiramente refere, fiquei baralhadamente estarrecido com a argumentação sem fundamentação que o seu referido desabafo escrito apresenta. Numa simbiose de Editorial/Opinião, - ora Óscar Queirós, ora Diretor, ora Jornalista, ora cidadão, ora opinador – apresenta-nos a custo zero, um milagroso ato de contrição sobre o que é a mentira, a falta de ética e deontologia jornalística: mostra desconhecimento do processo, leal subserviência a uma desinformação contra-informativa, rápida necessidade de, à falta de melhor jornalismo, manter o Correio ligado à máquina. Enfim, interesses que não interessam.
Evitando sempre falar em nomes (não vá, por distração, dizer a verdade) recorre ao genérico do infinitivo pessoal para mandar uns bitaites, verdadeiro frete a quem se presta a trabalhar à peça e por encomenda – tipo Information Just in Time. Semeia afirmações despropositadas, marimba-se nos interesses da isenção e objetividade, clama ao céu o inferno da fogueira que pretende acalentar sempre em nome dos bons negócios (não utilizei a expressão negociata para não gastar mais toner).
Defende “corajosamente” – com unhas e dentes – todo o processo ocorrido, sempre considerado transparente, legítimo, honesto, cândido, desejável, legal e necessário. Entende que os meios (financeiros) justificam os fins. Logo que todos fiquem a ganhar, nada mau. Sendo assim, e mal agradecidos que somos “que podemos nós apontar ao negócio?”.
Malditos tipos da Coragem de Mudar, essa gente, verdadeiros boateiros que está apostada a por a nú dezoito anos de concubinato e a “fortuna colossal” que mui incomoda o nosso opinante. Não vá os investidores fugirem e o investimento que tanta falta faz a Valongo e às suas gentes – quais gentes? – se transfiram para outras bandas dispostas a abrir os braços, “porque é demasiado importante o que têm para oferecer”.
Os meus parabéns. Procurou prestar um excelente serviço. Sem estragar a sua coragem, tente abordar os referidos proprietários e questione-os, num mero trabalho jornalístico, com que força abrirão os braços à sua indignação. Aí, creio, vão recebê-lo de braços abertos, em nome da “boa-fé” e da “fortuna colossal”. Vai sentir-se aconchegado junto daqueles cuja reputação se encontra abalada por gente honesta.
José Manuel Pereira
Um Corajoso da Coragem de Mudar"
PS: Por uma questão de respeito pelos "direitos de autor" meu caro Zé Manel, mantive a tua excelente prosa na "versão acordo ortográfico". Mas só por se tratar da tua pessoa, que acordo ortográfico (em princípio) aqui não entra!