EUROBONDS E "EUROBUNDAS"...
O Povo costuma afirmar que "quem diz a verdade não merece castigo" e todos nós sabemos que os Bancos e todo o sistema financeiro mundial estão "falidos".
Será que o cidadão comum que repete isto todos os dias - aqui e por essa Europa fora - também corre o risco de ser condenado e ir preso?
No que a Portugal diz respeito, não restam dúvidas sobre a "falência" do BdP, da CGD, do BCP, do BES, do BPI, do Santander e dos outros todos que me escapam e talvez a falha da promotora bancária referida na notícia, tenha residido apenas na referência a um único do imenso grupo de "falências".
É aliás por causa dessa falência, que países como a Grécia, a Irlanda, Portugal, Itália, Espanha - e não demorará muito, todos os restantes "euro jogadores" - estarão na mesma situação arrastados pelo "disparo" meteórico das suas dívidas soberanas.
E devo dizer que fico deveras baralhado por se continuar a chamar "divida soberana" ao calote de um País que já deixou há muito de ser soberano e que desde ontem vemos ser classificado como "lixo".
Não tardará muito, surgirá por aí uma qualquer "agência de notação de países" de vassoura em punho a varrer-nos para um qualquer caixote de lixo gigantesco a criar por uma nova "sociedade das nações", alegando preocupações de ordem ambiental.
Parece que se pensa a partir do próximo ano acabar com o feriado do 1º de Dezembro. Não será talvez o caso de pensar um pouco melhor sobre o assunto, para que não tenhamos mais tarde ou mais cedo de voltar a reactivá-lo?
Alguns alegados "profetas da desgraça" - na perspectiva daqueles que se sentem atingidos pela análise arrasadora que é feita à actual situação financeira mundial - andam há muito a colocar a hipótese cada vez mais eminente e menos improvável de um "terceiro conflito mundial" e cada vez mais, me parece cada vez menos tola essa ideia...
As guerras começam sempre assim: De um lado, o poder financeiro selvagem ameaçado no cerne dos seus interesses e do outro, os políticos/bonecos de cordas, sem voz própria sem iniciativa própria, sem força autónoma que lhes possibilite qualquer tipo de movimento - portanto, completamente dependentes dos cordelinhos que os tais fazem mover.
No caso da Europa, respiram Euros doseados e ministrados através de uma complicada malha tubular que os liga à máquina financeira monstruosa que vai - por enquanto - mantendo em respiração assistida, esta "União" Europeia em estado terminal e "presa com arames".
Não sei portanto, como é que alguém que diz o óbvio, pode correr riscos de ser julgado e preso!
Não sei aliás, como é que se pode (em Portugal) falar ainda em julgar alguém com base neste sistema de "justiça" onde não existe Justiça na verdadeira acepção da palavra!
Não sei porque é que ainda nos baseamos no Euro - quiçá num futuro próximo, no Escudo, no Dracma, na Lira, na Peseta, no Marco, ou mesmo no Dólar... para o nosso sistema de trocas!
Não sei porque não regressamos pura e simplesmente à troca directa das mercadorias produzidas por cada um, ou ao sal e certas especiarias, como já aconteceu no passado distante!
Não sei porque é que alguns ainda arriscam ter dinheiro nos bancos, dinheiro que um dia, ainda que "fisicamente" não desapareça, não passará de material de museu com interesse meramente histórico!
Não sei como é que ainda temos pachorra para assistir a maçadoras conferências sobre "os motivos da crise financeira mundial", para ouvir os políticos - todos os políticos - a emitirem opiniões sobre esses motivos e a proporem soluções à medida para os ultrapassar - à medida da sua própria mediocridade e portanto, perfeitamente condenadas ao fracasso: Uns falam em "Eurobonds" como remédio e logo outros se apressam a dizer o contrário. Todos coincidem na ausência de ideias válidas, na total ausência de vergonha, na desfaçatez com que falam nos interesses dos povos dos Países sobre os quais permitem que continue a pisar a "bota gigante" dos FMI's, BCE's e quejandos. Há no entanto um traço comum a todos eles:
As EUROBUNDAS que ostentam e que são alimentadas pela gordura do sistema - porque o mal não vem de "fora", o mal está no próprio sistema!