A "CRISE DE VALONGO" - ARNALDO SOARES DEVOLVE PELOUROS...
O poder local tem muitas virtualidades e tem constituído de uma maneira geral, um factor de desenvolvimento mais harmónico do País - porque mais próximo dos eleitores e portanto, também mais sindicado por estes - ou dito de outra forma, sendo alvos de uma marcação mais em cima, os eleitos pressentem mais depressa os sinais de alarme que o seu (mau) trabalho faz disparar e (às vezes) corrigem o "tiro" passando a acertar mais vezes nos alvos certos. Tudo isto para dizer, que já sabíamos que a ilustre figura sabia, que mais cedo que tarde, chegaria o dia em que teria de tomar a atitude que agora tomou. Benvindo ao mundo dos Vereadores sem pelouro Dr. Arnaldo Soares.
Claro que sabemos que os entregou voluntariamente, mas também não lhe restavam muitas outras opções perante a desconsideração de que foi alvo por parte de sua Excelência, interrompendo da forma que o fez, o "excelente" trabalho que vinha desenvolvendo à frente das Finanças da Câmara.
Acredito que se tenha sentido verdadeiramente injustiçado, sobretudo quando sabemos o quanto tem lutado para que os negócios da Autarquia floresçam. Até assumiu a paternidade daquele célebre Orçamento de mentira, recorda-se? Deu o corpo às balas de forma corajosa - nós pudemos comprová-lo nas várias reuniões públicas em que o assunto vinha à baila, por parte de uma oposição maldosa que teimava em não acreditar nas novas "explorações auríferas" em que as suas previsões se suportavam - e que pelos vistos, não se vieram a confirmar. Não é que a oposição tinha razão e o seu trabalho não era nem de perto nem de longe, tão rigoroso como nos pretendia fazer acreditar?
Claro que nem sequer sabemos se foi (apenas) o facto de você não ter encontrado o tal filão que motivou a zanga de sua Excelência... Mas se isso lhe serve de consolo e para usar uma expressão tão ao jeito do bom humor português - e que eu pessoalmente considero uma delícia - "pergunta o roto ao nu: o que vestes tu?".
Verá que o facto de passar agora a integrar uma orquestra escangalhada, mas sem nenhum instrumento distribuído, só o libertará da responsabilidade pelas fífias de um maestro que já nem a batuta consegue movimentar, quanto mais seguir o rigor do compasso.
Claro que esta minha conversa toda, é para tentar animá-lo homem! Não desista de Valongo que tanto lhe custou a escalar! E não o faça sobretudo, pensando eventualmente regressar a Alfena! É que por aqui, as coisas também não andam muito de feição no sentido de lhe permitir continuar a demonstrar - como em tempos o fez - os seus dotes de urbanista emérito, de promotor - e às vezes também "motor" - dos grandes projectos que ajudou a conquistar para Alfena, mas que vá lá a gente saber porquê, teimam em permanecer mais emperrados que mula teimosa!
É claro que se adivinha a mãozinha da oposição que apesar de todos os unidos esforços, tem de facto conseguido meter alguma areia na engrenagem! Por estas bandas também se evoluiu, os do contra cresceram em astúcia e não é que, pasme-se, já conseguem ter alguma voz activa na definição dos destinos do Burgo?