CÂMARA DE VALONGO - NO "CAMPEONATO" DE PESOS PESADOS...
Como sempre costumo fazer, aqui vão uns bitaites acerca da reunião pública de Câmara de hoje, onde apesar das baixas expectativas com que todos entramos naquele Salão Nobre, acabamos por assistir a um pouco de tudo:
A um momento protocolar de tristeza, com um minuto de silêncio em memória do recentemente falecido presidente de Junta de Valongo - pai da Vereadora Drª Luísa Oliveira do Partido Socialista, presente na sala, a que se seguiu uma proposta aprovada por unanimidade para condecoração a título póstumo com a mais alta distinção municipal e ainda, da atribuição do seu nome a uma das ruas de Valongo.
Um momento de "explicação atamancada" - ao estilo de Fernando Melo - sobre a retirada do Pelouro das Finanças a Arnaldo Soares: "fi-lo porque dadas as dificuldades que a Câmara enfrenta no sentido de resolver o problema do saneamento financeiro e do empréstimo associado, entendi que como tenho mais peso político (sic) deveria avocar essa competência. Já depois disso, foi possível fazer uma reunião com o Ministro das Finanças e com o Tribunal de contas, que no entanto continuam a colocar algumas dificuldades" - mais vírgula menos vírgula, eis a explicação que nos "satisfez" a todos, excepto ao destituído, como adiante se verá. O vice completou a informação sobre a deslocação a Lisboa acompanhando o Dr. Bolota Belchior (sic) relatando as contingências que sempre resultam quando se tem de enfrentar um Tribunal - de contas ainda por cima.
Alguém na mesa - não me recordo quem, perguntou com humor, se foi o vice que acompanhou o avençado Bolota Belchior ou o contrário (mais lógico) e na plateia, alguém perguntou em voz ssussurrada - que público não fala - porque é que a comitiva correndo embora o risco de prejudicar a velocidade de cruzeiro da viatura, não contou com o "peso" de Fernando Melo. Resposta pronta - "é que não tínhamos a certeza de sermos recebidos". Ficamos rendidos perante tão precavida atitude do "velho Presidente": Com a sua idade já não pode correr riscos de andar a bater a portas em relação às quais não tenha a certeza antecipada de que se abram ao primeiro toque - sobretudo nesta altura de temperaturas já não tão amenas.
Momento depois, para o "contraditório de desagravo" por parte de Arnaldo Soares, face à enorme injustiça de que foi alvo (ele que "deu o litro" na preparação do Plano de Saneamento Financeiro, ele que se empenhou pessoalmente na operação de "arrancar os cartazes" dos candidatos PSD em Alfena, ele que sendo independente até se filiou de novo no Partido) - a parte entre parênteses foi subentendida por mim.
Segredaram-me alguns vizinhos do lado que só faltaram os violinos. A mim, pareceu-me ouvi-los, mas pode ter sido só impressão minha.
Houve ainda tempo para mais dois momentos hilariantes:
Um: Fernando Melo colocou à votação um dos assuntos da agenda e depois levantou a mão no "momento do contra". Valeu a palmada oportuna da Drª Trindade que o fez baixar a mão a tempo. Alguns risos disfarçados na plateia e não passou disso.
Dois: Fernando Melo colocou um outro assunto à votacão: "Quem vota contra" - ninguém. "Quem se abstém" - ninguém. "Quem vota a favor" - oops! as unanimidades são tão raras, que acho que os risos disfarçados na plateia, foram um pouco injustos.
A hora de almoço foi ainda atrazada um pouco pelos Vereadores da Coragem de Mudar, que exigiram ou a retirada, ou a reformulação de um protocolo sobre transportes escolares, onde o texto inicial começava por referir apenas a existência de dois outorgantes - A Associação de pais e a Câmara - para mais à frente "fazer saltar do meio de um artigo um terceiro outorgante nunca referido antes - a Junta de Freguesia de Sobrado. Optou-se pela reformulação do texto e lá foi votado o protocolo - por unanimidade, por sinal. Erros a que apesar de já estarmos tão habituados, nem por isso deixam de incomodar.
Ainda da Parte da Coragem de Mudar, um pedido de informação - que há-de ser prestada em próxima reunião - sobre os custos e qual a rubrica do Orçamento que os suporta, referentes às obras destinadas à realização do magusto dos UPA/colectividades alfenenses sob o viaduto da A41. Aqui, Arnaldo Soares ainda deu a cara pela obra para dizer que foram cerca de 200 toneladas de tout-venant e alguns metros de tubo para conduzir as águas pluviais "lá de cima" até ao terreno sem encharcar as castanhas, tudo com pessoal e máquinas da Câmara. Pois... tudo bem, mas venham de lá esses custos e a rubrica que os suporta!
Por útimo - e este relato não pretende ser uma descrição exaustiva do que se passou - a palavra ao público - "eu próprio" - para uma pergunta incómoda para a qual Fernando Melo já ia munido de uma resposta dactilografada de duas páginas:
PS: Manda a justiça que colmate uma omissão:
Os Veresdores do Partido Socialista, pela voz de Afonso Lobão, informaram o Presidente com "peso político e competências delegadas", que na próxima reunião, proporão a devolução à Câmara dessas mesmas competências.
Ainda bem que assim será, porque por maior que seja o arcaboiço de "Fernando Melo", em matéria de Finanças sobretudo mas não só, é melhor dividir a carga.