UNIDOS por ALFENA - BIPOLARIDADE OU ESPÍRITO NATALÍCIO?
E pronto...
Como previsto, à hora prevista e da forma prevista também - que a gente dos UpA já nos habituou à sua previsibilidade - lá decorreu ontem a Assembleia de Freguesia de Alfena. A propósito e para não fugir à regra, mais uma vez ficou claro que a nossa governação local, nomeadamente o seu líder, têm um comportamento algo bipolar que vai sendo tempo de corrigir - os tempos que se avizinham aconselham a procurar consensos mais do que continuar a alimentar guerrinhas a propósito de nada.
Mas expliquemos:
Rogério Palhau igual a si mesmo, não se recomenda especialmente, se "igual a si mesmo", significar truculência quanta baste em cima do palco - sobretudo quando fala para pessoas que não lhe podem responder porque o Regimento não permite. Mas também não permite que ele destrate alguns Deputados, sendo que ele está ali apenas para responder a questões que estes lhe coloquem. Mas exigir que o nosso presidente perceba essa nuance, convenhamos que já é exigir demais! Já quando fora do palco e longe da plateia, transfigura-se , torna-se mais assertivo, dialogante, às vezes até - pasme-se! - simpático...
Nada que nos espante também de forma especial. O ser humano adapta-se aos contextos e nós já nos adaptamos ao nosso.
Já quanto aos trabalhos propriamente ditos, infelizmente os alfenenses bem que mereciam melhor qualidade por parte dos seus representantes eleitos para o Órgão deliberativo da Freguesia:Votar contra uma proposta da Coragem de Mudar sobre zonas de caça, onde se convida o executivo a proceder a um levantamento exaustivo da situação, com base em dois exemplos negativos que indicamos - zona de caça sinalizada junto à rotunda do Megalito e portanto a menos de 500 metros do novo Hospital Privado e na Rua dos Lavadouros, no Lombelho, por detrás da Escola Secundária de Alfena e a menos de 250 metros das vivendas ali localizadas, não se percebe - ou melhor, percebe-se porque parece que a "ordem de cima" é para votar contra tudo que venha da "oposição que de facto se opõe" e que se reduz a dois Deputados - sim porque o PS, como habitualmente, mais uma vez não conseguiu ultrapassar a tendência congénita para a abstenção.
Nada que verdadeiramente nos surpreenda os alfenenses que há muito se adaptaram a uma "maioria esmagadora que esmaga" e a uma "oposição pequenina que se opõe" - pelo meio, ficam "três vozes sem voz" porque optaram por não a ter, ou então, tê-la quando não devem, como foi o caso de um Deputado substituto que votou "sim" na aprovação da Acta referente a uma sessão em que não esteve presente!
(Aqui porém, não foram originais na asneira, porque nos UpA também houve uma substituição que pelos meus apontamentos - e salvo erro - teve o mesmo e errado procedimento).
Votar contra uma proposta para que o executivo - no seu próprio interesse aliás, e na salvaguarda de regras de transparência e de respeito pela Lei - procedesse à elaboração de um projecto de Regulamento que enquadrasse a atribuição de subsídios às nossas várias associações, com este argumento (?) "votamos contra, porque não aceitamos tantas regras para quem faz tudo por carolice", é tudo menos seriedade, é tudo menos argumentação, é tudo que não se espera de quem administra dinheiros públicos e só deveria ter interesse em que as regras fossem claras e inatacáveis. Aqui e mais uma vez, o melhor que o PS conseguiu fazer, foi abster-se!
Acusar a Coragem de Mudar e o seu primeiro eleito de mentir ao dizer que das várias sugestões apresentadas na reunião de consulta prévia no âmbito do Estatuto do Direito da Oposição nenhuma havia sido acolhida pelo que votaríamos contra a proposta de Orçamento e PPI, é que é mentir - ou subverter a verdade, para não sermos tão truculentos!
- Levantamos a questão relacionada com uma dívida da Câmara de 32 mil euros relacionada com verbas dos protocolos e que deveria ser retirada do Orçamento, uma vez que quando e se a Câmara a vier a pagar, nessa altura, proceder-se-ia a um Orçamento rectificativo.
- Levantamos a questão de considerarmos um erro a arrecadação de receitas destinadas à construção da nova sede da Junta, geradas pela venda de terrenos nos cemitérios, dada a situação grave com que Alfena se debate no cemitério Municipal resultante da dificuldade da decomposição orgânica.
- Criticamos a inclusão de subsídios de Natal e de férias para 2012, quando se sabe que a Lei impede (infelizmente) que sejam pagos.
- Criticamos ainda a inclusão de uma receita de IMI que vem aparecendo desde 2009 sem qualquer movimento.
Portanto, nós não mentimos! nós sugerimos alterações que também já sabíamos que não seriam aceites e portanto votamos contra! Em Alfena é assim que as coisas funcionam: a oposição séria vota contra quando tem razões para tal, mas fundamenta sempre o seu voto. Já o executivo critica esse voto contrário, porque considera que o facto de ouvir a oposição nos termos da Lei - mas com "tampões nos ouvidos"- lhe dá o direito de obter a sua concordância. Temos pena!
Mas pronto, terminada a Ordem do dia com as congratulações ao "padrinho da Trofa" pela inauguração do novo Hospital privado de Alfena "que vem dar um contributo importante para a melhoria do nosso Serviço público de saúde (!)" - Deputada dos UpA dixit - e outras congratulações mais a crítica habitual no ponto reservado ao Público - a cargo do "criticador habitual".
UM:
"Visita das Associações" ao novo Hospital organizada pelo executivo, esquecendo-se este que ao promover essa visita e para respeitar o estatuto do direito da oposição (artº 6º.) deveria incluir também uma representação da oposição - porque não se tratou da presença de um elemento do executivo "a acompanhar as Associações para estas não se perderem" - Rogério Palhau dixit - mas do executivo em força! Com uma gafe lamentável: "esqueceu-se de convidar a Associação AL HENNA que ainda recentemente apresentou um trabalho relevante sobre a questão dos limites elogiada por todos, incluindo o próprio presidente de Junta.
Dois:
Crítica à teimosia do executivo em libertar o site da Junta da obrigatoriedade do registo prévio e disponibilização de vários dados pessoais (BI, nome do cão do gato e do periquito) para aceder aos documentos da Assembleia de Freguesia que deveria ser um Órgão com autonomia total.
Terminado o período das "hostilidades e das diatribes" e porque vivemos ainda em período Natalício e era (já) antevéspera de Ano Novo, a surpresa da noite e o tal momento assertivo, amigável - o outro pólo - com um "Porto de honra" e uma fatia de bolo-rei. Afinal, há momentos em que os nosso dinâmicos conseguem ser iguais às pessoas comuns o que significa que ainda não estarão totalmente perdidos para a causa genuína de um verdadeiro serviço público! Afinal até conversam, dialogam, ouvem críticas, respondem às mesmas sem decibéis a mais na voz, gracejam...
Francamente, encenada ou não, estiveram bem melhor nesta segunda parte!