VALONGO - AS "PENSÕES DE ALIMENTOS" DE FERNANDO MELO...
JORNAL NOTÍCIAS:
Ex-nora de Melo entra no quadro - por Dora Mota a 13-01-2012
Ganha mais de 2000 euros. Oposição questiona contratação.
A ex-nora do presidente da Câmara de Valongo foi contratada a termo certo, em Dezembro passado, para o cargo de adjunta do autarca, que já exercia em período experimental. Fernando Melo declarou ontem não ter "relação de afinidade" com a técnica. Maria Sofia Castro, que foi casada com o filho do presidente da Câmara, integra o Gabinete de Apoio à Presidência como adjunta e foi contratada por tempo indeterminado como técnica superior de Relações Internacionais, por despacho de Fernando Melo, em 14 de Dezembro. Um dia depois, o autarca perdeu grande parte das suas competências. A contratação da ex-nora de Melo, assim como de outra técnica na área jurídica, foi questionada pelo vereador Pedro Panzina, do grupo Coragem de Mudar, e incendiou a reunião do Executivo de ontem. Panzina aludiu à "relação familiar" da adjunta com Fernando Melo, que contestou. "Não tenho relação de afinidade nem directa, nem indirecta", declarou o autarca. Maria Sofia Castro é conhecida na Câmara, onde trabalha há vários anos, tendo sido secretária de um vereador. Ao que apurou o JN, a ex nora de Melo ter-se-á licenciado em Relações Internacionais quando já trabalhava no município e concorreu ao lugar de técnica superior, tendo sido admitida ao concurso, em Abril de 2010, juntamente com mais 25 candidatos. Neste momento, aufere um salário superior a dois mil euros mensais, correspondente à soma da remuneração de tabela da função pública com um complemento de salário para a sua função. O processo individual da outra técnica contratada apresentava omissões, como a falta do relatório de avaliação do período experimental. A chefe de Divisão de Recursos Humanos foi duas vezes à sala da reunião e, da segunda vez, declarou não ter encontrado o documento, afirmando que deveria estar mal arquivado. Por esse motivo, o assunto voltará à próxima reunião.
Arnaldo Soares nos SMAES: Também ontem aprovada a constituição do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Água, Electricidade e Saneamento. O vereador Arnaldo Soares assume a presidência daqueles serviços, não se livrando de ouvir Maria José Azevedo lembrar que, recentemente, entregou os pelouros alegando "falta de confiança política". Soares defendeu-se indicando ser aquele um cargo "de confiança da Câmara e não do presidente da Câmara".
Já poucas das atitudes - claramente corruptas e de puro nepotismo - de Fernando Melo nos espantam.
Quando ele soube que se preparavam para lhe retirar as competências e que nem para mandar capturar cães vadios poderia decidir sozinho, apressou-se a agilizar os processos relativos às contratações que tinha em mãos - antes que lhe trocassem as voltas na reunião de Câmara.
Melo igual a si próprio. Melo como sempre foi, privilegiando os seus e as suas. Melo - apesar da provecta idade que já lhe tolhe visivelmente os movimentos - a conseguir ainda, num sprint final invejável, antecipar a publicação dos Avisos de contratação no Diário da República, por forma a escapar ao escrutínio da oposição.
Teve um azar: pelo menos num dos casos, o processo tropeçou na incompetência da Chefe de Divisão de Recursos Humanos, que andou num entra e sai à procura do relatório de estágio e não o conseguiu encontrar.
Veremos no que vai dar mais este exemplo daquilo que um Presidente não deve ser nem deve fazer. É que aquela frase relativa à mulher de César, que "além de séria tem de o parecer", no caso dele deve ser citada ao contrário: ele antes de o parecer tem de o ser!
Relativamente à ex-nora e independentemente de todas as qualidades que a dama eventualmente possua, fica-nos a ideia - provavelmente errada - de que ele estará apenas a substituir-se ao filho no pagamento da "pensão de alimentos", mas isso somos nós que somos uns mauzinhos e pensamos sempre o pior.
PS: Para bem dos valonguenses, para que um qualquer Plano de Saneamento Financeiro possa ir por diante, para que alguns empresários a quem a Câmara neste momento estrangula com as suas monstruosas dívidas, possam (ainda) ter futuro, para que este cheiro a coisa podre, a matéria em decomposição, a excrementos e que nenhum perfume de marca consegue disfarçar se dissipe, arrumem com o homem, tirem-lhe a cadeira, ofereçam-lhe um par de pantufas almofadadas, com patins acoplados e dêem-lhe um empurrãozinho, antes que alguém se passe dos carretos e resolva fazê-lo de forma menos civilizada - que a paciência humana tem limites e os valonguenses não são excepção!