O ESTADO A QUE O ESTADO CHEGOU...

Supremo suspende discurso de Noronha
SOL, por Ana Paula Azevedo
A «convite» do Conselho Superior da Magistratura, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) tem «temporariamente suspenso» do seu site na internet um discurso do presidente, Noronha Nascimento, proferido num colóquio sobre Justiça e Comunicação. Na intervenção, Noronha defendeu a urgente regulamentação da Comunicação Social e dava exemplos de mau jornalismo – entre os quais alguns factos que imputa a José Manuel Fernandes, ex-director do Público, num processo cível que lhe moveu, em que pede uma indemnização de 150 mil euros, que está em recurso no STJ.
(...)
Quando este senhor com ar de barbeiro de bairro abre a boca (e declaro aqui por minha honra, que considero a profissão de barbeiro, ainda que de bairro, digna de tanto respeito como aquele que é devido ao presidente do STJ) há pelo menos uma mosca que desaparece de circulação!
E aqui vai outra declaração preventiva: não afirmo, não insinuo sequer - embora me recuse a dizer se isso me passou pela cabeça - que possa existir algum nexo de causalidade entre o desaparecimento do dito insecto e as sapientes manifestações orais de sua excelência.
Já estávamos habituados a que se comportasse como Juiz de primeira instância em casos como o do processo das escutas envolvendo o troca tintas do Sócrates, já convivíamos razoavelmente com a sua propensão congénita para exibir músculo quando enfrenta os fracos e se apagar quando tem pela frente algum tubarão mais agressivo - todos nós temos os nossos pontos fracos e as nossas (às vezes inconfessadas) fragilidades) - mas confesso que não fiquei muito descansado com a sua vagamente insinuada preferência pelo regresso do "lápis azul" atitude que motivou o "pedido" do CSM para que suspendesse o eloquente discurso (imagino eu, que não o li) sobre Justiça e Comunicação.
Acho que fez bem em suspender a pérola oratória, pois como diz o Povo, "cada macaco no seu galho" e a intromissão de sua excelência numa área que seguramente não domina - a da Comunicação - não o iria favorecer na fotografia...
Conclusão - não necessariamente relacionada com o que acabo de escrever: O País tem as figuras de Estado que merece e quanto ao estado em que o Estado se encontra, esse também é inteiramente merecido ao optar pelo nível mínimo em relação às figuras que escolhe para o representar!