EM ALFENA, VIGORA A LEI DO PAÍS, EXCEPTO... SE FOREM PROMETIDOS EMPREGOS!
O argumento mais requentado dos que, ou porque estão enterrados até ao pescoço no lamaçal da especulação imobiliária da Novimovest em Alfena, ou simplesmente porque se deixaram embalar no canto de sereia daqueles, costuma ser o do primado da criação de emprego, do desenvolvimento, blábláblá, nesta altura de pobreza confrangedora do País.
o desenvolvimento da argumentação costuma ser mais ou menos este:
"Houve vigarice, houve enriquecimento ilícito, ouve pessoas que foram enganadas, houve favorecimento de amigos ou de grupos de influência por parte da Câmara? Esqueçamos isso por agora e deixemos construir a tal Plataforma Logística da Jerónimo Martins" - sobre a qual, curiosamente não existe por enquanto nenhum projecto na Câmara.
E depois costumam rematar este perigoso reciocínio da seguinte forma: "Se existiram irregularidades ou vigarices, que venha a polícia, o Ministério Público, as forças armadas, a Nato, o FBI e que investiguem tudo e punam quem tiver violado regras fundamentais do Ordenamento do Território, da equidade entre cidadãos ou grupos investidores".
E nós acrescentamos: "quem tenha imprimido celeridade nuns casos, ou imposto morosidade noutros, nos processos administrativos apreciados na Câmara, conforme os interesses clientelares envolvidos - financiadores de campanhas eleitorais, ou de outras iniciativas que garantam votos e aqueles que se tenham recusado a dar para o peditório".
Para todos - os primeiros obviamente com uma reserva mental à partida e os últimos, apenas por simples ingenuidade - a palavra-chave é portanto comum: Criação de muitos postos de trabalho! Como se valesse tudo com base nesse fundamento, como se esse argumento, tantas e tantas vezes aliás, utilizado de forma falaciosa, tivesse de assumir o primado perante a Lei, como se esta, não tivesse que estar sempre à cabeça de todas as decisões e onde até as próprias excepções à mesma, devem estar contidas no seu articulado!
E é pena, quando ouvimos gente séria, pessoas como nós, que não ganham nada com as vigarices, a embarcar ingenuamente nesta argumentação terrorista e surpreendente da líder do grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal:
"Mas o que é que nós temos a ver com vigarices ou meias vigarices? Por acaso somos polícias? Nós queremos (?) é criar desenvolvimento e emprego".
É que os autarcas, os investidores honestos o cidadão comum (os não ingénuos) também querem. Mas não a qualquer preço!