A INSUSTENTÁVEL CONSISTÊNCIA DA... VERDADE!
Nós imaginamos o quanto seja difícil ao atarefado executivo da nossa Junta - até mesmo penoso - ter de ir para uma sessão pública mensal e não ter "matéria" para apresentar.
Bem sei que as sessões não costumam ser muito participadas - infelizmente, a maioria dos alfenenses ainda não se convenceu de que colocar a solução dos seus problemas totalmente nas mãos desta absoluta maioria e sem qualquer sindicância, talvez não seja muito seguro - mas mesmo assim sempre vão aparecendo por lá uns habituais e isso obriga (tem obrigado) o nosso primeiro a esmerar-se na arte que tão bem domina, de esticar o discurso, de falar de obra feita onde apenas existe omissão ou insuficiência de chamar seu ao trabalho dos outros, nomeadamente ao trabalho das muitas Associações da nossa cidade...
Portanto, às vezes há que apresentar simples ideias como trabalho em curso, meras negociações com a Câmara sobre este ou aquele aspecto, como se de decisões já tomadas se tratasse.
É o caso daquela informação que foi prestada na antepenúltima reunião pública, se não estou em erro, de que a Câmara teria cedido um terreno ao cimo da Avenida Sá Carneiro, destinado a construir uma nova sede da Junta. Isso até justificou que se abrisse um concurso para venda de terrenos nos cemitérios, cuja verba seria reservada para um fundo destinado a fazer face às despesas com essa construção - ou pelo menos, com o custo do projecto.
Ora bem, uma meia verdade não é exactamente uma mentira - ou talvez seja - pelo que importa repôr este assunto no exacto ponto em que se encontra:
- O terreno em questão, é do domínio público;
- Antes de qualquer eventual cedência, teria de ser desencadeado na Câmara o devido processo de alteração, passando-o portanto para o domínio privado;
- Depois, e dado que quem detém as competências para decidir nestes casos de cedência de terrenos é a Câmara, onde a oposição faz maioria, o assunto teria de ser agendado e votado e merecendo o acolhimento maioritário, então sim, a Junta de Freguesia de Alfena poderia falar em cedência do tal terreno.
Não foi isso que aconteceu e a única coisa de "concreto" que existe é a abertura por parte do presidente da Câmara para estudar esta hipótese de cedência.
Portanto e até pelas preocupações manifestadas ontem pelo nosso coveiro-mor na sessão pública da Junta, relativamente à escassez de terreno para enterramentos no Cemitério municipal, seria de encarar no imediato, a elementar medida preventiva de anular o actual concurso aberto para a venda de terrenos e de suspender durante o tempo que a situação venha a aconselhar, a abertura de futuros processos concursais.
Por último, chegam-nos informações preocupantes - por enquanto não confirmadas - de que os procedimentos legais actualmente exigidos às agências funerárias, para a introdução nas urnas de um agente acelerador da decomposição, não estão a ser respeitados com a complacência do executivo.
Convinha pois, que este esclarecesse com a maior brevidade possível o que é que se passa nesta área tão sensível e que mexe com a sensibilidade das pessoas, pois imagino que não seria de forma muito pacífica que um qualquer alfenense viria a aceitar que um familiar tivesse que ser dia destes enterrado no Cemitério de uma freguesia vizinha.