AFINAL, JÁ SOMOS POBRES! SE ELE O DIZ...
'Pobres já somos, mas alguns ainda não perceberam' (Passos Coelho dixit) (AQUI)
Pedro Passos Coelho considera que a poupança e o investimento são indispensáveis para Portugal sair da crise e responde - em entrevista ao SOL publicada na edição desta semana – aos que dizem que esse é o caminho do empobrecimento: «Pobres já nós estamos. Há é pessoas que ainda não se deram conta disso e continuam a viver como se não fossem pobres».
Ora bem, se ele o diz, publicamente não posso chamar-lhe mentiroso, porque as secretas parece que andam aí a registar dados dos cidadãos nacionais e é melhor não arriscar - até porque sua excelência, em boa verdade, não proferiu uma mentira, disse apenas 5% de verdade.
Regista-se no entanto um curioso sentido de solidariedade por parte de PPC, ao utilizar o termo 'somos'. Fica-lhe bem juntar-se ao grupo maioritário, ainda que isso não tenha correspondência com a realidade.
E por falar em realidade, atrevo-me a recomendar ao Dr. PPC que regresse o mais rapidamente possível ao País - ao país concreto, obviamente - a fim de tomar contacto com a dita realidade:
Uma senhora minha amiga que que começou recentemente a receber uma Pensão de velhice de 246€, após uma carreira contributiva de 28 anos - e até me pediu para a ajudar a expôr o assunto ao Centro Nacional de Pensões, a fim de reapreciarem o respectivo cálculo - sabia que já era e que iria ficar ainda mais pobre - portanto, já deu por isso.
Mas o mais dramático no meio disto tudo, é que esta senhora, pelos parâmetros miseráveis que medem o estado do País, ainda está muitos pontos acima de uma enorme quantidade de portugueses, em termos do "nível de vida" que esta pensão lhe vai garantir.
Enquanto der para pagar reformas milionárias, enquanto continuarem as nomeações com todas as mordomias, enquanto os leasing das viaturas do Estado forem para viaturas topo de gama, enquanto cada ministro, cada Secretário de Estado, cada Chefe de Gabinete, etc, etc, andarem sempre atrelados a uma catrefada de assessores, de consultores, de bajuladores e outros "ores", o País está apenas relativamente pobre - sendo que o relativamente se refere a 'apenas' 95% dos portugueses.