REGIMENTO DA CÂMARA - PACIÊNCIA (DE MUNÍCIPE) TEM LIMITES!
Recorte do Jornal A voz de ermesinde de 30 de Janeiro
Tenho andado a evitar - é a primeira vez que o confesso publicamente - escrever sobre este assunto, mas como o título sugere, a paciência dos munícipes - especialmente daqueles mais empenhados que vão aparecendo nas reuniões de Câmara - tem limites porra!
Felizmente, não fui eu o único do lado do público a dar pelo revoltante comportamento da Câmara (maioria e minoria incluídas neste caso) na reunião pública do passado dia 26 de Janeiro.
A minoria que detém o poder, porque ostensivamente e à boa maneira dos "bons velhos tempos de Fernando Melo", se levantou sem sequer avançar com a explicação que eu pretendia obter relativamente à recusa da minha intervenção.
Quanto maioria - que está na oposição (PS e Coragem de Mudar) tenho muita pena do que vou dizer, mas vou dividir a questão em duas partes:
Primeira:
Em relação à prometida alteração do Regimento - que já era um compromisso de há muito, do Partido Socialista, que na altura em que a versão ainda em vigor foi aprovada, até apresentou uma declaração de voto nesse sentido - as "duas desiguais metades" da oposição são tão culpadas como o executivo:
Têm andado a empurrar o problema com a barriga desde o início do actual mandato e a dizer (todos e em quase todas as reuniões onde o assunto vem à baila nas conversas de corredor) que "vai ser dentro de dias"!
Segunda:
Como activista da Coragem de Mudar, como membro da sua Direcção, como cidadão e como alfenense - porque era sobre Alfena que eu pretendia questionar a Câmara - não quero nem devo deixar de tornar claro, desta forma frontal, de peito aberto e de olhos nos olhos, que não gostei do comportamento dos meus Vereadores:
Perante a atitude da Câmara, perante o silêncio - desinteressado ou cúmplice - dos Vereadores do PS, eles deveriam pura e simplesmente avocar o assunto, impedindo a fim da reunião de Câmara daquela maneira ofensiva e exigir, não o meu direito a intervir, mas sim um compromisso claro - com agendamento marcado - para discutir o Regimento, nomeadamente o seu art.º 12º. que se refere às intervenções do público.
(Já agora, avanço, que ao contrário do que parece ser consensual entre os 9 vereadores, se todas as reuniões são públicas, em todas elas deverá existir o direito de o público intervir, segundo regras a definir).
Ficaram porém em silêncio, permitindo que um dos seus fosse desrespeitado, o que não fica bem a ninguém.
Ainda bem que a Comunicação Social estava atenta, registou este lamentável episódio e o viu tal e qual como eu o vi. E porque o viu e o comentou, eu não podia desta vez, deixar de falar no que me desgostou - embora queira deixar claro, que isso em nada vai alterar a minha atitude em relação ao projecto que abracei com a Coragem de Mudar!