A MENTIRA DAS NOSSAS "VERDADES"...
Mentira versus verdade – ou a absoluta necessidade de contextualizar definições...
São apenas duas palavras de conteúdo cada vez mais variável e flutuante e significado cada vez mais indefinido nos tempos que correm…
É suposto servirmo-nos delas para dar crédito ou descrédito ao que se diz sobre uma determinada coisa situação ou pessoa, mas a vida ensinou-nos desde há muito a contextualizá-las e a deixar de lhes atribuir esses significados absolutos e imutáveis!
Aquilo em que nunca acreditamos, mas em que acreditamos que todos vão acreditar – e se formos convincentes o suficiente, provavelmente o conseguiremos… - é mentira e é verdade!
E quando as posições se invertem – quando os “outros” nos tomam o lugar e nós passamos a ser os “outros” - novamente teremos “a verdade da mentira” ou vice-versa!
Aquilo que há muitos meses atrás (terão sido anos? O tempo passa tão depressa…) me segredavas ao ouvido e em que era suposto eu acreditar (de que não era suposto ou sequer admissível eu duvidar) foi verdade para mim durante todo este tempo, mas será que o era (que ainda o era) para ti já nessa altura?
E o que eu em retribuição te respondia por palavras ou gestos de carinho (e de que igualmente não era suposto tu duvidares…) seria de facto (ou ainda) verdade?
E seria verdade, quando respondias ao meu “acreditas?” com o “sim!” mais doce que eu alguma vez ouvi?
Ou será que as nossas mútuas verdades foram nesse contexto, mútuas mentiras?
Neste mundo em constante mutação, há paisagens que mudam pessoas que mudam e há verdades/mentiras que nunca o foram ou então deixaram/deixarão de o ser!
publicado às 15:18