GEORGE ORWELL - O TRIUNFO DOS PORCOS...
Na fábula de George Orwell, um dos chamados sete mandamentos implantados pelos porcos letrados na Quinta dos animais (precisamente o 7º), dizia que que "todos os animais são iguais".
Claro que como todos sabemos, com o avançar do processo revolucionário, a governação dos bichos começou a sofrer vários downgrade, passando a existir alguns que eram mais iguais que outros, passando também a vida na Quinta a ter diferentes privilégios - porque se veio a constatar que a natureza fazia engordar mais uns que outros e estes logicamente exigiam mais alimento que os restantes - e quanto mais engordavam, mais alimento tinham necessidade de consumir!
Tristemente, a notícia que recortei da página do SAPO e que coloco abaixo, remete-me para esta fábula de Orwell, uma sátira contra Stalin e que por isso mesmo e porque por essa altura ele era aliado da Inglaterra contra Hitler, conseguiu que as editoras inglesas travassem durante algum tempo a sua publicação.
Os nossos Sindicatos actuais, na sua forma de pensar e de agir, representam cada vez mais, apenas a classe de privilegiados que (ainda têm emprego) e mesmo a este nível, cada vez mais também, apenas os direitos especiais de alguns.
A parte mais influente do movimento sindical português - que eu já integrei, do qual já fui dirigente, que representei em acções relevantes no estrangeiro e cujo "modelo" em que assenta eu conheci por dentro durante 7 meses na "pátria do socialismo" - tem que se adaptar a um novo paradigma e regressar rapidamente à pureza dos objectivos iniciais da Quinta dos animais. Quando não, correm o risco de seguir o mesmo caminho dos tiranos que foram sendo derrotados por esse mundo fora, desde a gloriosa URSS (que na parte final do seu estrebuchar não soube aproveitar a alternativa que Gorbathev representou para uma saída diferente) até à camarilha da antiga RDA - onde também andei durante 45 longos dias de catequização intensiva - para já não falarmos nos satélites europeus, agora integrados na União Europeia.
Sei portanto, bem do que falo e dos erros que se cometeram e sei também - por o ter conhecido por dentro - como é iníquo o modelo em que assenta parte da estrutura do nosso movimento sindical!
Defender privilégios, de alguns, pode dar muito jeito para eleger dirigentes em Congressos, mas só a prazo, porque mais tarde ou mais cedo os desempregados, os desprotegidos os não representados no movimento reivindicativo vão acordar e tomarão inevitavelmente conta da Quinta!