O CENTRO DA CORRUPÇÃO EM PORTUGAL
"O Porto e tudo à volta" devem ter-se, perdoem-me o vernáculo, borrado de medo ao ouvir falar no nome de Paulo Morais para a vice presidência da CCDR-N.
(Refiro-me obviamente à parte podre do Grande Porto - e de Valongo em especial, por ser o Concelho que conheço melhor - que vive dos rendimentos do submundo da especulação imobiliária, dos crimes ambientais que lhe estão geralmente associados e do jogo com as regras à medida e as excepções pontuais nos instrumentos de Ordenamento do Território) para rentabilizarem devidamente os seus investimentos.
Afinal, a máquina da corrupção lá conseguiu conter os danos e limitar as perdas, convencendo Passos Coelho a quedar-se por uma versão menos ameaçadora, tendo em conta os interesses instalados.
Imaginamos as longas maratonas negociais que terão ocorrido, o tráfego de telefonemas, a circulação de e-mails, os apelos à memória feitos por alguns dos principais investidores nas campanhas eleitorais e no financiamento dos Partidos - "financiamento partidário" é como sabemos, o sobrenome da CORRUPÇÃO - para que Paulo Morais ficasse de fora.
Paulo Morais constituiria uma ameaça demasiado preocupante, uma espécie de "cavalo de Tróia" dentro da CCDR-N, a complicar o rotineiro funcionamento dos negócios do costume. No fim de tudo, pelo menos os financiadores conseguiram evitar o mal maior.
Um homem (Paulo Morais) que diz que "o Parlamento tem sido 'centro de corrupção' em Portugal" seria uma espécie de míssil apontado ao coração do monstro...