REN - REDE ELÉCTRICA NACIONAL - A LEI DO "QUERO POSSO E MANDO"?
Ficamos a saber na última reunião de Junta, que a REN - Rede Eléctrica Nacional - uma empresa que a cumprir-se o calendário da "venda de todos os anéis" por parte deste governo, será privatizada no decurso deste ano, se prepara para passar a potência da energia que circula sobre as cabeças dos alfenenses, de 220 para 400 KVA.
A REN é (infelizmente) nada mais nada menos que a "dona" da maior parte do espaço aéreo nacional abaixo da altitude de navegação aérea.
Ao longo dos últimos anos, comportando-se como dona de facto do País, habituou-se e quase nos habituou também, a aceitar que a deixássemos habituar a comportar-se como dona do País. Mexia no território como queria, instalava estendais aéreos por tudo quanto é sítio - rasgando montes e vales ou simplesmente, passando por cima de espaços urbanos, se esse fosse o caminho mais curto para o lucro.
Os governos deixaram e as populações, de forma mais ou menos inconformista, nunca puderam contar com um verdadeiro apoio dos órgãos de poder - central e local - e foram convivendo com esta situação terceiro-mundista de "verem o céu às riscas", com a agravante das dúvidas que se têm vindo insistentemente a colocar relativamente ao efeito nocivo para a nossa saúde, dos campos electromagnéticos gerados por estes estendais.
É verdade, que já não conseguimos viver sem as dezenas de tomadas de uma vugar habitação, para ligarmos as dezenas de aparelhos e equipamentos de que necessitamos no nosso dia a dia, isto já para não falar das empresas de onde nos vem o dinheiro necessário para, com maior ou menor dificuldade, pagar as facturas mensais que a EDP não se esquece de nos remeter na data certa.
O problema não é esse. A questão relevante a que teremos de estar atentos - no caso de Alfena, mas também em Campo e Sobrado - é saber se a nossa Câmara vai lançar mão de todos os instrumentos legais que tem ao seu alcance, para travar este comportamento de "senhor feudal" da REN, que se acha com direito a continuar na mesma senda terceiro-mundista que tem seguido até aqui. Precisa de duplicar a potência? Muito bem! Escolha o percurso que menos prejudique as populações e proceda como nos países civilizados, isto é, enterre as linhas - como aliás o fez recentemente em Ermesinde.
Mais estendais ou estendais reforçados não! Os lucros que tem registado, dão para fazer o trabalho bem feito e para respeitar os direitos dos outros!
A nossa Junta enviou uma exposição neste sentido no âmbito da consulta pública, a Câmara aprovou uma resolução no mesmo sentido - embora tenha escondido sem "alarme" no seu site o edital da consulta pública que termina na segunda feira! Todos aparentemente e até agora, estão a fazer o que se impõe, mas com este tipo de empresas, todo o cuidado é pouco e têm de ser vigiadas de perto, quando não, acordaremos um dia destes com o azul do céu ainda mais riscado do que já está e com mais uns quantos pontos acrescentados à escala de riscos para a nossa saúde.