O "BRAÇO ARMADO" DO GOVERNO
Greve Geral
PSP diz que jornalistas têm que andar identificados
por LusaHoje
A PSP vai averiguar os incidentes entre as forças policiais e os jornalistas que hoje ficaram feridos, para "verificar a legalidade dos actos que as fotos demonstram", apelando à sua "correcta identificação" durante as manifestações.
A imagem dá para ver o elevado risco que a jornalista representava para os polícias. Começa aliás por não estar devidamente identificada - a PSP parece que vai pedir ao governo que obrigue os jornalistas e foto-jornalistas a trazerem uma tatuagem gigante na testa e a pintarem as faces com cores adequadas para serem identificados à distância - e depois, repare-se na máquina fotográfica ameaçadora que ela empunha!
Um foto-jornalista a cobrir uma manifestação, constitui sempre um enorme risco para os agentes da polícia, sobretudo para os infiltrados à civil, porque constituirão sempre a prova ocular no sentido integral do termo, dos desmandos dos agentes.
Hoje numa reportagem que passou num dos canais de TV, ouvimos uma (acho que) comissária da PSP com ar de teenager - deve ter subido na carreira mais à custa do palminho de cara do que à competência profissional - armada em porta-voz da corporação e a dizer que os agentes terão respondido ao arremesso de petardos e chávenas, a partir de uma esplanada.
Já tínhamos ouvido falar de uma nova técnica de terrorismo urbano - uma espécie de intifada à portuguesa - que consiste na transformação das câmaras fotográficas numa espécie de lança-rockets (neste caso, lança petardos e chávenas).
E também já tínhamos ouvido falar em polícias que se esquecem de tomar os comprimidos à hora certa e depois têm alucinações enquanto trabalham.
Registamos no entanto com agrado, que a polícia além de aconselhar os jornalistas a andarem devidamente identificados - imaginamos nós que para não correrem o risco (os polícias) de agredirem um pacífico cidadão anónimo que apenas pretende gritar a plenos pulmões "gatuno, gatuno, gatuno" - palavra de ordem que deixou de constituir novidade, a partir do momento em que os próprios polícias passaram a usá-la nas suas manifestações contra o governo - também defendem que estes (os jornalistas) se coloquem sempre do lado da barreira das forças da ordem.
Percebe-se: São mais fáceis de controlar, é mais fácil bloquear-lhes o campo de visão dos "olhos digitais" e se for necessário malhar, não precisam (os polícias) de andarem para ali em corridas desenfreadas atrás dos terroristas.
Haja paciência para ir aguentando isto! Mas acho que a população terá um dia que se mobilizar para fazer uma contra-manifestação quando os polícias vierem para a rua protestar mais uma vez contra o governo por falta disto, daquilo e daqueloutro. Quem se coloca do lado do inimigo e se assume como braço armado do ladrão e do criminoso, não merece solidariedade nem comportamentos neutrais quando vier reclamar desse mesmo ladrão e criminoso!