TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?
Que a situação financeira da Câmara de Valongo se encontra entre o charco e o abismo, já ninguém desconhece, principalmente as empresas, que de forma mais ou menos transparente(*) - mas também, esse tipo de preocupação não era suposto ser da sua responsabilidade - foram executando as obras que lhes adjudicaram, enterraram nas mesmas o seu dinheiro e aquele que os bancos lhes foram emprestando e agora dizem-lhes com um sorriso nos lábios e umas palmadinhas nas costas "tenham um pouco mais de paciência, aguardem mais algum tempo, porque isto há-de resolver-se"?
Alguns, interrogam-se mesmo sobre se algum dia verão os seus créditos regularizados - nem que seja com o sacrifício de abdicarem de uma parte dos mesmos, como já chegou a ser sugerido por quem conduziu a autarquia a este estado.
Parafraseando Galileo Galilei "e no entanto, ela move-se", sendo que "ela" neste caso não é obviamente a Terra, porque essa dúvida já ninguém a tem, mas sim a máquina trituradora da Câmara.
Mesmo sem dinheiro, que escasseia até para as coisas mais comezinhas, o "diabólico maquinismo" que de tão pesado já nem os quatro(**) que trabalham conseguem controlar, lá vai seguindo em "roda livre" triturando o erário público para satisfazer o ego e a ânsia de revanchismo de uns quantos que nem sequer foram eleitos e que tendo todas as razões para preservar a imagem do chefe, fazem exactamente o inverso, não se importando de o colocar em cheque ao tomarem decisões sem o informar devidamente de todos os detalhes - e como dizia o outro, "o diabo está (quase sempre) nos detalhes" - dando início a processos judiciais que só depois lhe explicam por alto e de forma atamancada, mas que entretanto já o fizeram assinar de cruz com uma outra versão.
Alguns desses, acharam que este blog já os tinha incomodado que chegasse (?), que já tinha tinha repetido a palavra "corrupção" vezes demais, que começava a interferir com demasiados interesses instalados na órbita da Câmara (na sua órbita, melhor dizendo) e por isso apeteceu-lhes arranjar trabalho ao Ministério Público e eventualmente aos Tribunais - como se um e outros não tivessem coisas mais importantes para fazer do que descodificar o tipo de linguagem blogosférica usada para escrever sobre figuras públicas e como se isso fosse alterar de alguma forma a linha editorial desta espécie de diário pessoal - porque é isso que um blogue é - que iniciei em Abril de 2006!
Porém, ao chefe a quem deviam assegurar o necessário resguardo, contaram uma "parábola", levando-o a proferir aquela acusação pública perfeitamente descabida e deprimente - "vou pôr-lhe um processo, porque na última reunião me chamou vigarista"!
Já disse em tempos idos coisas muito duras a Fernando Melo em reuniões públicas, já escrevi mais recentemente sobre ele neste blog, coisas menos agradáveis porque na minha óptica ele era até há algum tempo o verdadeiro responsável pelo total descalabro da nossa autarquia. Neste momento e com toda a sinceridade, acho que Fernando Melo já só é responsável por continuar a permitir que o usem para fins menos claros e não se coíbam de o deixar na situação caricata em que o deixaram na tal reunião.
Para além de ninguém que me conheça razoavelmente me imaginar a chamar-lhe "vigarista" numa reunião pública, existe uma incontornável gravação das sessões que provará o que digo e que por isso ainda não me foi entregue, apesar de a ter requisitado no dia 8 de Fevereiro. E depois, estão todos os Vereadores da oposição e quiçá alguns dos outros e também algum público, que confirmarão o disparate desta acusação.
Francamente, apetece-me fazer este desabafo: não sou a pessoa mais preparada para sentir pena do presidente, mas lá que esta encenação parece ter sido feita por medida para o descredibilizar ainda mais e o deixar completamente "descomposto na fotografia" parecem não restar grandes dúvidas.
Pré campanha eleitoral já em curso, onde "vale tudo" para marcar lugar no aparelho partidário? Interesses financeiros tentaculares tentando aliviar a pressão a fim de reconquistar algum espaço perdido?
Um dia qualquer ficaremos a saber qual destas hipóteses estará mais próxima da verdade - e porque não as duas?
Caso para dizer a Fernando Melo: "com amigos assim, quem é que precisa de inimigos?"
(*) Aqui talvez devesse ter escrito opaca
(**) Neste caso, impõe-se um precisão sobre a célebre frase de Fernando Melo - "cinco que estorvam e quatro que trabalham".
Neste momento e em bom rigor a situação é assim: "cinco que trabalham (estorvando eventualmente algum trabalho errado), 3 que trabalham de facto, mas à maneira deles e não da forma que os valonguenses pretenderiam e necessitam e por último um que não sei muito bem - se trabalha...