CÂMARA DE VALONGO - ATENTADOS À INTELIGÊNCIA...
Afinal, terei mesmo chamado vigarista ao Dr. Fernando Horácio - a acreditar na acta da reunião de 1 de Março, aprovada na passada quinta feira, cuja versão integral pode ser lida na página da Câmara AQUI e da qual publico a seguir dois pequenos recortes relativos ao período das intervenções do público:
(...)
Teremos aqui então, uma situação complicada resultante de um momentâneo episódio de loucura de um cidadão (eu próprio) seguido de um completo estado de amnésia que persiste até agora, mas que nem por isso deve deixar de ser punido pela lei.
Ou então, porque em tudo há sempre uma segunda hipótese pelo menos, um momento de loucura colectiva por parte dos nove Vereadores (em rigor não serão nove, porque salvo erro dois deles por não terem participado na reunião de 1 de Março, naturalmente que se abstiveram) que aprovaram a referida acta.
As actas devem ser o resumo mais fiel possível, do que se tenha passado na reunião a que dizem respeito - as palavras de Fernando Melo foram de facto proferidas - mas nem por isso devem deixar de constituir documentos racionais e não verdadeiros atentados conta a inteligência de ninguém.
Pelo menos os Vereadores da oposição, deveriam ter suscitado duas questões na sessão de 1 de Março:
a) Em nenhuma reunião de Câmara o cidadão em causa chamou vigarista ao seu presidente, devendo por isso exigir que esta parte da acta fosse reformulada;
b) Na última reunião referida por ele, por acaso nem sequer tinha existido ponto de intervenção do público.
Alguns dos nossos ilustres Vereadores, sempre muito lestos em defender as virtualidades da Democracia representativa versus Democracia directa, dão depois exemplos verdadeiramente lamentáveis de falta de atenção para com os munícipes que representam, permitindo que "aqueles que trabalham" mas que pelos vistos não pensam, profiram autênticos disparates numa reunião pública, sem que nenhum dos tais representantes "que só estorvam" (eles próprios do dizer de Fernando Melo) nada digam e pior do que isso, levantem o braço a aprovar um documento onde parte do mesmo constitui uma calúnia para com um cidadão, mas porque não é directa a democracia que dita as regras, tem que ficar mudo e calado perante as diatribes do ditador.
Aliás, quando vejo às vezes colocar tanta ênfase - demasiada para o meu gosto - na Democracia representativa fico sempre com a ideia de que estarão a defender outra coisa completamente diferente e que, ou eu muito me engano, ou pouco terá a ver com Democracia autêntica.