VALONGO E A GALINHA DOS OVOS DE OURO...
Afinal, pensava o Relvas que nos venceria por inanição? Imaginavam porventura os magistrados embirrentos do Tribunal de Contas que apagariam Valongo do mapa com um simples chumbo (pronto! não foi apenas um...) do Plano de Saneamento Financeiro? Julgavam as oposições que já afiavam as respectivas garras - por enquanto, cada um usa as suas - para abocanhar o poder ao velho dinossauro?
Tamanha foi a ambição de todos, tamanha a dilatação do sonho que a todos animou, que se esqueceram de que a cloaca da galinha não teria diâmetro bastante para que ela o desovasse.
Por isso, ficaram-se todos a olhar o desalento de cada um, talvez à espera de um milagre que fizesse acontecer aquilo que todos eles e cada um não tinham logrado obter.
Só que a vida tem destas coisas e desta vez, "guardado estava (deveria estar) o bocado para quem o havia de comer":
A acreditar na notícia que apanhei AQUI, a cloaca que não foi suficiente para desovar o sonho das oposições, bem pode vir a ter bitola bastante para que por ela consigam passar dúzias e dúzias de reluzentes ovos de ouro.
O problema, é que aqueles a quem a cintilação do nobre metal poderia ajudar a reverter o estado de coma em que têm vivido ao longo dos últimos meses, já vem tarde demais, porque já não é estado de coma aquele em que se encontram, mas sim o da irreversível "morte cerebral" que apenas a máquina vai mantendo.
(Obviamente que a notícia refere "poedeiras" de três Concelhos e porque dos outros eu não conheço as mazelas, quero deixar claro que por enquanto o candidato a defunto é, que eu saiba, apenas Valongo).
Mas como diz o Povo, "um problema nunca vem só", ou dito de outra forma, problema morto, problema posto!
Expliquemo-nos:
Quando o património é escasso ou inexistente, a herança não separa. Choram-se as lágrimas do costume e a seguir vão todos dar razão à conhecida frase "a vida continua" e tudo acaba em bem.
Mas quando há ovos que brilham para dividir, a coisa já não é bem assim e o mais certo, é começar um dia destes uma autêntica batalha campal pela posse da poedeira de Valongo.
Vão ser feitas propostas de acordo para que não seja necessário aplicar à galinha a conhecida equidade salomónica.
"Ovo a mim, ovo a mim, ovo a ti", que neste tipo de pré acordos, quem parte e reparte e não fica com dois ovos, ou não tem arte ou é um exemplar daqueles nobres animais que estão quase em vias de extinção.
A razão aconselharia, talvez menos desigual, a divisão - mais vale um ovo e alguns avos no bolso que uma galinha inteira grelhada - mas vão existir outros, que não conseguirão superar a ambição de ter o galinheiro todo para eles.
Entre uns e outros, fica aquela conhecida imagem dos dois burros de que já falei atados à mesma corda, puxando cada qual para seu lado e a tentar comer cada um um tufo de erva a que nenhum deles consegue chegar limitado pelo comprimento da atilho.
Será que em Valongo, em 2013 - que é já amanhã - algum dos dois perspicazes animais que de burros diz o povo que só têm o nome, vai descobrir a forma de cada um conseguir comer a sua parte dos dois tufos de relva?
Cheira-me que alguém vai tentar contrariar a moral da história - que a vaidade é sempre inimiga do discernimento - e neste "puxo eu puxas tu" aparecerá a manada do costume e adeus tufos de relva!
Pensemos nisso!