PORTUGAL PRECISA DE UMA NOVA RESTAURAÇÃO!
A poucos dias de comemorarmos o 38º. aniversário do 25 de Abril, damos por nós a viver num País que nada ou pouco tem a ver com o sonho que animou alguns dos heróis que se 'esqueceram' de dormir naquela noite.
E digo alguns, porque para aqueles que seguiram de forma mais atenta o desenrolar dos acontecimentos, julgo que não surpreenderei ninguém, se disser que muitos dos que às primeiras horas da manhã do dia 25 de Abril de 1974 se apressaram a 'vestir a camisola' da Revolução, não tinham, nunca tiveram e rapidamente o vieram a demonstrar, nada queriam ter a ver com os nobres ideais que animaram o saudoso e injustiçado Salgueiro Maia e muitos outros camaradas de armas ainda vivos e igualmente injustiçados que resolveram passar a inolvidável noite em claro.
Este País não é para jovens, que por aí cirandam sem futuro após a saída das universidades, entregando currículos onde escondem habilitações, para tentarem um lugar de caixa de supermercado, de balconista, de operador call center ou outras temporárias ocupações, onde uma licenciatura já não facilita, antes pelo contrário.
Este País também não é para velhos, que por aí 'jazem' (ainda) vivos e ao abandono, à espera do final dos seus dias e de deixarem de constituir um 'peso morto' para o Estado que durante anos lhes sugou a energia mas que agora, só lhes 'pede' que deixem de respirar o ar cada vez mais rarefeito do Orçamento Geral do Estado.
Este País não é igualmente para as crianças, que cada vez em maior número, se dirigem para os amontoados despersonalizados em que se transformaram as nossas escolas, com a barriga no mesmo estado em que se encontrava no dia anterior quando adormeceram, já com a digestão do parco jantar concluída, isto é vazia e não fora o esforço louvável que algumas autarquias vão fazendo, sacrificando nuns casos obras e investimentos menos urgentes, endividando-se noutros e a primeira refeição que muitos daqueles com que enchemos a boca para dizer que são o futuro do País, não teriam a possibilidade de fazer uma primeira refeição antes de entrar na sala de aulas.
Este País não merece a sua História, este País não é digno das cores da sua Bandeira, nem do significado que às mesmas está associado!
Este País, transformou-se num lamaçal de gente corrupta, a todos os níveis da Administração - mas também ao nível das empresas e de muitos cidadão individuais que mais não fazem, do que 'cavalgar a onda' - porque as crises que conduzem milhões ao estado de inanição e miséria, representam ao mesmo tempo janelas de oportunidade únicas, para a engorda de muitos outros.
E como se isso não bastasse, este País começou a 'importar' corrupção, começou a 'vender' soberania e a 'exportar' dívidas - que serão grilhetas que nos manterão reféns por várias gerações.
Fala-se na extinção de alguns feriados, uns civis, outros religiosos.
Dos religiosos, que fale quem deve falar, mas sobre alguns dos civis - 10 de Junho, 5 de Outubro, 1º. de Dezembro - a verdade é que este País já perdeu o direito de os comemorar - não porque o Povo não valorize o seu significado, mas porque a camarilha que integra a 'comissão liquidatária' já há muito nos roubou o 'direito' ao seu significado!
Dar forma de lei à extinção de dois deles, é apenas um acto simbólico e mais um dos muitos crimes que estes homens sem direito a Pátria que nos desgovernam, pretendem levar a cabo! Como podem eles arrogar-se o poder de extinguir, de varrer do calendário, de branquear o significado de dias plenos de História - da História que pelos vistos os incomoda, da História que renegam todos os dias, da História que não falará seguramente de nenhum deles?