VALONGO DOS 'JOGOS TRADICIONAIS' - FISGAS, BOOMERANGS E... AEROFAGIA!
As manifestações de aerofagia além do incómodo que representam para quem delas padeça, causam sempre também algum desconforto naqueles que se situem nas proximidade do 'paciente'.
Na reunião de Câmara de ontem, alguém não se conseguiu conter e esquecendo a discrição que é sempre a melhor atitude, sobretudo em ambientes algo formais, 'arrotou'. Arroto de prosápia e ao mesmo tempo, o disparo de 'válvula de segurança' de quem se aproximava perigosamente do estado da rã da fábula que queria ser do tamanho do boi.
Não lhe aconteceu por isso o que aconteceu à dita, e ainda bem para mim e para todos os que estavam à minha volta - que um estoiro seria bem mais poluente do que o arroto. Mesmo assim o dito, intencional, premeditado, soltado na direcção do autor deste blog, onde entra toda a gente, do qual toda a gente pode falar, nem que seja apenas para a seguir arrotar simples e prosaicamente, não se justificava...
Honras de me ver citado - num período onde já não é habitual os vereadores da oposição falarem - mesmo que a intenção não tenha sido a mais amigável, não deixou de me enternecer. As palavras que escrevi sobre "quem se mantém mudo e calado perante as diatribes do ditador" soaram como música para os meus ouvidos e embora em boa verdade a sua autoria não tenha sido referida, não é que eu me identifiquei de imediato com elas?
Obviamente, não era (apenas) o vereador que mas 'arremessou' como se pedras fossem, o destinatário da crítica explícita que elas encerram, mas preferiu ser ele a assumir as dores dos restantes e a ter a honra de agarrar a fisga, tentando a pontaria.
Quem atira contra a 'família' não merece o respeito da mesma - mas também, nestes conturbados tempos que vivemos, até os 'contornos familiares' se começam a tornar difusos.
Um dia destes, ainda vamos ver todos os vereadores da 'comissão liquidatária' a atirar contra tudo que mexa naquela Câmara e muito provavelmente a continuarem a não acertar em nada, mesmo que parado esteja.
Valeu por isso a tentativa, pioneira, premonitória, 'arruaceira' destituída de coragem - porque partia da certeza de que não teria resposta, ou não tivesse o autor do 'disparo' sido o redactor-chefe do Regimento da Câmara. Só que não me atinge quem quer e se ideia foi dar publicidade a uma frase eventualmente incriminatória, a pedra também bateu ao lado, resvalando na couraça da minha indiferença. Acho mesmo que a frase/pedra 'diatribes do ditador' da forma e com a intencionalidade com que foi arremessada, adquiriu efeitos de boomerang, porque ditadores, de todos os tipos e de todos os tamanhos, são muitos os que por ali cirandam e a gente sabe o que acontece a quem arremessa um boomerang e não muda rapidamente de sítio...
Quanto ao Grande Ditador, ao verdadeiro ao genuíno e com direito a maiúsculas, 'diatribes' são apenas apelido para o mal que tem andado a fazer aos valonguenses e para o estado a que conduziu o nosso Concelho - contando obviamente com muitas e encapotadas cumplicidades, muitas omissões tácticas, muitos ruidosos silêncios.