O REI VAI NU!
Simplesmente patéticos: o patético discurso, o patético ministro, na patética entrevista concedida ontem à RTP a propósito do aumento da criminalidade violenta, que à sorrelfa o Governo ia admitindo como tendo sido "apenas" de 10% relativamente a 2007, mas que hoje já chegou a um consenso interministerial de que se situará "à volta" de 15% - nada de muito significativo...
A competente e acutilante Judite, bem se esforçou: fartou-se de lançar vezes sem conta o anzol com o isco a condizer, só que as enguias não se pescam assim (a associação mais próxima com peixes que me ocorre fazer relativamente ao ministro das polícias, é com uma enguia!)
O homem torcia-se, rabeava, escorria moncos pelos cantos da boca - não sei se por efeito do nervosismo com que sempre costuma reagir quando alguém o confronta com a sua indesmentível inaptidão para lidar com questões tão sensíveis como são as ligadas à sua área de responsabilidade, se por força da verborreia a que normalmente recorre para encobrir a dita inaptidão.
Falou em medidas - muitas medidas! - aquisição de armas (para canhotos e que tiveram de ser trocadas, originando um significativo atraso na entrega da primeira tranche que chegará apenas em Setembro?) em concursos para admissão de milhares de polícias, reforço do Orçamento do Ministério para o próximo ano (esta última sim, uma novidade e uma inflexão, a ser verdadeira, em relação ao que estava previsto e chegou a ser anunciado...
Só se esqueceu de cotejar as novas (e por enquanto, apenas futuras) admissões de polícias, com as saídas que têm entretanto ocorrido - os polícias também se reformam, também morrem!
Neste balanço de "perdas" (presentes) e (eventuais e futuros) "ganhos", ficamos todos - os cidadãos comuns que não têm direito a segurança pessoal ou carros com vidros à prova de bala - a perder.
Com políticos assim, com ministros assim, com um Governo que é apenas e só a soma de todas as incompetências das partes e com um Presidente, pessoal e Institucionalmente solidário com tudo isto, é caso para gritarmos "Àqui-del-Rei" - obviamente sem conotações monárquicas, porque apesar de tudo, prefiro ver a República a caminhar toda rota, do que assistir ao espectáculo deprimente de ver o actual "herdeiro (fiquei na dúvida se não deveria pôr a palavra no plural...) do trono do Reino de Portugal", a bambolear-se na praça, sem nada vestido!
Parafraseando o "falecido" Scolari, apetece-me perguntar: "...e o burro sou eu?"