ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO - CUMPRIR CALENDÁRIO E POUCO MAIS...
Amanhã, conforme já AQUI anunciei, terá lugar uma sessão da Assembleia Municipal, onde no cumprimento das determinações legais, se aprovarão por maioria, documentos importantes - seguramente com alguns votos contra, seguramente com algumas abstenções, com declarações de voto mais ou menos inflamadas para tentar esconder o facto incontornável do voto mesmo que seja 'apenas' uma abstenção, ser sempre um voto contra os interesses dos valonguenses.
A Câmara essa, chamada a dar uma palavra sobre os mesmos - previsivelmente pela voz do seu vice presidente e presidente em exercício, que à hora a que decorrerão os trabalhos sua excelência, que já não gosta de ser presidente, já estará recolhido - vai dizer (como sempre) sobre o relatório do auditor externo, que se sente muito confortável, apesar de o mesmo fazer parte do aparelho partidário do PSD.
(Abro aqui um parenteses para dizer que não tenho competência para colocar a mínima dúvida que seja sobre o rigor do mesmo trabalho, mas apenas para uma vez mais, lembrar que 'a mulher de César além de ser séria, tem também de parecer que o é').
Provavelmente, vamos ouvir uma ou outra declaração de voto idêntica à produzida na reunião de Câmara de 29 de Março pelo 'meu lado' da Mesa - o que não quer necessariamente dizer que eu tenha que estar inevitavelmente de acordo com somas de resultado zero (-100% +100% = 0) que é aquilo que as abstenções em relação à gestão de Fernando Melo significam.
Sobretudo, quando nem sequer me tentam convencer previamente das eventuais virtualidades de tal decisão.
Eis a declaração - um verdadeiro exemplo da 'redondeza do quadrado':
"Interveio o Senhor Vereador, Dr. José Pedro Panzina, declarando que os eleitos da Coragem de Mudar tinham-se abstido na votação do documento, uma vez que o relatório (do SMAES) traduzia a realidade das contas dos SMAES, e como tal merecia um voto favorável, mas porque a realidade que demonstrava era má, merecia o voto contra daqueles eleitos que, nesse voto de abstenção, pretendiam encontrar a mediana entre os dois sentidos de voto" (sic).
Não prevejo do 'meu lado' de amanhã tamanha incongruência - porque afinal Câmara e Assembleia, são realidades muito diferentes - e aqui falo em relação a todas as forças políticas, cujo posicionamento não tem de seguir sempre aquele que é seguido em termos de Câmara.
De qualquer forma, com mais ou menos conforto por parte do presidente em exercício, com mais ou menos declarações de voto de resultado zero com mais ou menos calor nos discursos, o que amanhã se decidirá (já) não representa nada para o interesse dos valonguenses.
2011 já lá vai há uma data de tempo e à conta dele e dos desvarios de que amanhã nos darão conta, já 'morreram' umas quantas empresas no nosso Concelho e outras tantas estarão em vias de receber a 'extrema unção'.
O que verdadeiramente faria sentido - mas para isso era necessário que as oposições tivessem verdadeiro sentido de responsabilidade - seria dar o abanão de misericórdia no edifício do poder e o Povo fosse chamado a pronunciar-se em intercalares que pusessem fim a esta agonia lenta.
Mas nisso, parece que ninguém está por enquanto interessado, pois as respectivas contagens de espingardas ainda estão a decorrer e até lá, ninguém se atreve a abanar muito.