CÂMARA DE VALONGO - "FOGUETÓRIO" INCONSEQUENTE E INESPERADAS CONIVÊNCIAS...
O recorte da noticia publicada no Jornal Voz de Ermesinde, mais vírgula menos vírgula relata de forma correcta a surreal reacção dos vereadores face à minha intervenção.
Não que tenha uma importância por aí além, mas omitiu apenas as 'achas para a fogueira' que Pedro Panzina já 'levava debaixo do braço para a alimentar' ao citar - obrigado pela distinção - algo que escrevi num outro contexto, mas sobre o mesmo assunto:
"Ficaram mudos e calados perante as 'diatribes' do ditador"...
Obviamente, João Paulo Baltazar aproveitou para explorar o tema e embora se registe a sua falta de sentido de oportunidade e de rigor e sobretudo, por à maneira do seu número um, me 'desafiar a pedir desculpas à Câmara' para de seguida não me permir que clarificasse a pergunta, acabou por proferir as palavras certas, respondendo ele próprio sem dar por isso à parte mais relevante da questão:
É claro que só uma interpretação arrevesada do sentido da minha pergunta é que podia inferir que eu pretendesse que a acusação de Fernando Melo não constasse da acta da reunião de 1 de Março - não foi por acaso que eu requeri um exemplar certificado da mesma, bem como da sessão anterior, pagando cerca de 13 euros por cada uma, elementos que eram essenciais para suportar a queixa-crime por denúncia caluniosa que já apresentei no Ministério Público!
O cerne da questão, residiu portanto e unicamente, na acusação de conivência - colaboracionismo, falta de coragem, chamem-lhe o que quiserem - pelo facto de terem ficado todos 'mudos e calados perante as diatribes do ditador', quando a única atitude digna - sabendo que a acusação que me fazia não tinha o mínimo fundamento - teria sido a de exigirem uma pequena interrupção dos trabalhos (a reunião ainda não tinha sido encerrada) para que o presidente mandasse trazer a acta da reunião anterior.
As palavras são apenas isso, palavras, mas estas que aqui deixo, têm um claro significado sobre o qual - novamente num outro contexto - também já escrevi:
Os Vereadores - todos eles, mesmo os pertencentes a grupos independentes - estão ali, não em representação de si próprios mas de alguém que promoveu a sua eleição e procura (ou deve) apoiá-los no exercício da sua função - Partido político ou coligação, ou finalmente, a estrutura do tal grupo independente.
Existe sempre - ainda que mais ténue no último caso - uma ligação formal à organização que representam, perceptível aliás, nos documentos que usam, na forma como se auto designam ou são designados pelos outros.
Não significa isto, que se exijam solidariedades com intervenções de algum elemento do público presente, ainda que a camisola que veste possa ser da mesma cor da que eles vestem ou já vestiram.
As solidariedades não se exigem não constam de nenhuma 'lei de compromissos' nem tanto quanto sei, de qualquer versão de estatutos ou regulamentos internos partidários ou para-partidários, mas que fica sempre bem, isso fica!
Ficando em silêncio, avalizaram irremediavelmente o disparate e foram coniventes com as 'diatribes'.
Tenho a certeza que não foi com essa intenção que o fizeram, mas acabaram por me beneficiar com a sua falta de coragem - ou com o seu excessivo tacticismo - e pode ser que por isso mesmo me disponha a pagar-lhes um almoço se o Ministério Público resolver avançar com a queixa-crime e com o correspondente ressarcimento por danos - morais e não só - que dela resultar.