VALONGO - ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE JOVENS
'É de pequenino que se torce o pepino' e eles até já não são tão pequeninos assim!
Pertencem às várias escolas de Valongo e cumprindo uma prática anual que já se tornou rotina - neste caso, uma boa rotina - ontem assumiram o papel de Deputados Municipais jovens, mas nem por isso menos atentos aos problemas da sua terra.
Trouxeram para a discussão entre eles e para a reflexão dos adultos presentes - sobretudo dos eleitos nos vários Órgãos autárquicos - críticas, reparos, mas também muitas propostas de solução que aqueles poderão aproveitar para ajudar a resolver os múltiplos problemas nas suas diferentes frentes de trabalho.
Foi no Auditório Dr. António Macedo, que não estando a 'rebentar pelas costuras' como seria desejável, estava no entanto 'bem compostinho' e os ouviu com toda a atenção.
Aliás, eles próprios se ouviram uns aos outros, debatendo mutuamente e com muita vivacidade, algumas das sugestões que foram sendo apresentadas.
Também o Agrupamento de Escolas de Alfena esteve representado, fazendo uma boa apresentação do trabalho que elegeram para ali levar - embora neste caso, os nossos caros jovens se tenham deixado influenciar um pouco pela 'guerra não declarada' entre a Câmara e a Junta de Freguesia, a propósito de quem deve ter direito a ocupar a desactivada escola de Cabeda e a Casa da Juventude de Alfena.
O sorriso rasgado do nosso homem de leis e Presidente de Junta, dizia tudo o que as palavras não podiam dizer enquanto vos escutava - satisfação directamente proporcional ao incómodo que deveria estar a sentir o nosso vice Presidente de Câmara presente na mesa.
Obviamente só podemos estar todos de acordo com tudo que signifique reforço do trabalho voluntário, do apoio à população mais idosa e mais sozinha e do apoio alimentar nesta altura de muitas carências.
Mas se me permitem exprimir algum desacordo e exercer alguma pedagogia que o crédito dos 64 anos que já levo, de uma vida bem preenchida e vivida em várias frentes de intervenção cívica e política em princípio me darão deixo à vossa livre reflexão, um desinteressado e amigo conselho: não embarquem à primeira em projectos encomendados e feitos à medida dos 'grandes'.
Eu explico:
Todos vocês, jovens alfenenses, crentes ou agnósticos, católicos, budistas ou de qualquer outra crença - eu considero-me incluído nos segundos mas respeito todos - sabem que já temos uma grande Instituição de solidariedade social, que já foi considerada uma das maiores do País: o Centro Social e Paroquial de Alfena, que tem todas as valências por vós referidas e mais algumas que vos escaparam.
Porém, há quem continue a pretender duplicar meios só por uma questão de vaidade pessoal e todos nós sabemos, que neste momento de profunda crise que o País vive, duplicar meios, significa subtrair disponibilidades financeiras, mais ainda, quando estamos a falar de meios públicos.
Julgo que todos vocês caros jovens, já ouviram falar em 'economia de escala' e cooperação e até conhecem aquele cartoon dos dois burros presos cada um à extremidade de uma corda esticada, com dois tufos de relva a uma certa distância de cada um deles. Acho que não preciso de vos explicar como é que eles se entenderam para resolver o problema, mas já o tentei fazer com os eleitos da Junta de Freguesia e também com a AVA - Associação Viver Alfena e tenho a 'vaga' sensação de que não fui ouvido.
É que, como dizia o outro, 'não há almoços grátis' e os apoios, que se vão prodigalizando com dinheiros públicos, como alguns de vocês defenderam, para além de serem sempre escassos, nunca são completamente desinteressados: dão votos e na altura própria, esse 'retorno' será devidamente recordado!
Por isso é que é tão difícil fazer com que uma grande parte dos autarcas desistam de ter em cada sede do poder local a sua pequena 'quintinha privada'.
Cooperação, verdadeira entreajuda, ganhos de escala na gestão dos apoios, quer na questão do voluntariado, do centro de dia, da cantina social ou no complemento ao apoio domiciliário - ou em quaisquer outras actividades que nos possam ocorrer e que vão no mesmo sentido solidário - é aquilo que todos devemos defender, ao contrário de andarmos aqui a gastar energias em pequenas guerrinhas com a Câmara, para montar mais um estaminé a que possamos chamar 'nosso'!.
Isto era o que eu ontem gostava de vos poder ter dito, mas eu era apenas um elemento do 'público' que vos ouviu com toda atenção e que gostou muito da forma como vocês apresentaram o vosso trabalho - independentemente desta pequena discordância relativa ao conteúdo.