RELVAS, A LINHA DE CRÉDITO E A 'CHANTAGEM'...
Desde ontem - mais ou menos por esta hora - que muitos empresários que estão 'a arder' com muitos milhões resultantes do despesismo insensato dos últimos anos de Fernando Melo, das festas, festinhas e festivais - pimba, rock, folclore e outros géneros que tais - dos almoços pagos e não documentados, onde nem uma 'certa oposição' era esquecida, devem ter visto renascer alguma esperança no pagamento dos 'calotes' - ou pelo menos de uma parte significativa dos mesmos.
Eu no lugar deles, não estaria assim tão animado e a dar-me razão, estão as reticências da Associação Nacional de Municípios Portugueses, no final do acordo. Fernando Ruas encontrou um eufemismo para o facto de não o considerar um bom acordo: "evidentemente que não estamos aqui com um sorriso rasgado (...)".
De qualquer forma, no caso de Valongo, 'a procissão ainda nem sequer vai no adro', pois um mau plano de saneamento financeiro - assim considerado pelo Tribunal de Contas por duas vezes - não passará a ser o seu contrário para o governo, sobretudo nesta fase de permanente e cerrada vigilância da troika.
Para quem não tenha percebido as verdadeiras razões da saída de Fernando Melo 'pela esquerda baixa', ele não se vai embora 'por estar cansado, por já não gostar de ser presidente, por já ter algumas dificuldades de locomoção' coisa nenhuma!
Vai-se embora, porque não tem respostas - nem dinheiro - para os amigos a quem foi fazendo despesa mandando 'pôr no livro'.
Vai-se embora, porque já não pode fazer aquilo de que mais gostava: inaugurar obras de fachada! Agora, com a crise que veio para ficar, já nem 'fitas privadas' consegue cortar...
Mas quem tem mesmo muitas razões para estar preocupado com este acordo de última hora é o valonguense comum:
No dia em que a Câmara conseguir transformar aquela vergonha de plano de saneamento financeiro num documento aceitável que possa suportar o empréstimo do governo, vai ter que se haver com a 'chantagem' feita por Relvas para abrir os cordões à bolsa:
Aumentos no IMI, na água, no saneamento e recolha de resíduos, nas habituais derramas e sei lá que mais. Tudo para o máximo que a lei permita! E para aquelas Câmaras que já interpuseram providências cautelares em relação ao IMI ou que estavam a equacionar ainda fazê-lo, 'nem pensem nisso - disse Relvas - ou as retiram, ou não há emprestimozinho!'